Um jovem estudante campo-bonense em busca de informações
para a produção de um trabalho escolar sobre a história do trem pede ajuda à
família e graças a esse desafio escolar
descobre a trajetória fascinante do trem na cidade. Esse é o argumento
do filme O trem: Nas trilhas do progresso, produção que envolveu o esforço e a
dedicação de cerca de 100 estudantes do 9º ano da escola municipal Centro de
Educação Integrada (CEI) e que foi lançado para o público na ultima
quinta-feira, no teatro Marlise Saueressig. Além dos alunos - que fizeram tudo
no filme, desde o roteiro até a dramatização - familiares dos estudantes
acompanharam a exibição da obra com ares de documentário que com pitadas de
romance, humor e com muita emoção, leva à reflexão sobre todo o progresso e as
mudanças que a inovação sobre trilhos provocou em Campo Bom. Antes da exibição
do filme, a titular da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, Eliane dos
Reis, lembrou ao público que o projeto é uma mostra da capacidade criativa das
escolas e dos alunos, refletindo a qualidade da rede municipal de ensino.
“Estamos valorizando, além do conhecimento, a humanização de nossos jovens.
Demonstrando a importância do trabalho em equipe e desenvolvendo suas
potencialidades”, define Eliane.
O filme é ambientado em Campo Bom, mas também possui cenas
em cidades da região e até em Bento Gonçalves, onde está a mais tradicional
maria fumaça do RS. Segundo a professora de história e coordenadora do projeto,
Maria Denise Rohden, devido à gama de materiais e informações disponíveis sobre
o trem, a obra que inicialmente seria um curta-metragem se estendeu para um
formato mais longo, com 44 minutos de duração, para contemplar mais aspectos
desta história fundamental para entender o desenvolvimento do município.
“Captamos cerca de 2 horas e 40 minutos de imagens, contando com diversas
filmagens externas em lugares como os vagões da locomotiva Maria Fumaça; o
Museu do Trem, em São Leopoldo e a estação do Trensurb, em Novo Hamburgo.
Aproveitar ao máximo durante a edição todas estas cenas para ter uma visão mais
ampla dessa criação coletiva que, embora embasada na história, teve a
criatividade e expressão de nossos alunos como peça fundamental para o
sucesso”, define a professora. Outro aspecto destacado pela educadora é que
diversas pessoas colaboraram para a produção do filme, tanto com ajuda
material, emprestando roupas e objetos de época, ajudando na filmagem e no
transporte, mas também dando como subsídio algo muito valioso: o conhecimento.
“Pessoas como o ex-prefeito Evaldo Dreger foram fundamentais, pois ajudaram
contando o que viveram naquela época e despertaram nos jovens a curiosidade de
aprenderem ainda mais enquanto produziam o filme. Depois de sete meses de
gravação é uma satisfação tão grande ver o resultado deste trabalho em equipe
que até é difícil de explicar”.
Um encontro com o passado
Para o estudante João Tavares, de 14 anos, que no filme
interpreta o papel de um avô, a participação no projeto foi uma oportunidade de
entrar em contato com uma história até então
desconhecida para ele e a maioria de seus colegas. Com base nas
narrativas de seu pai e de outras pessoas que viveram Campo Bom na época do
trem, que ele construiu seu personagem no filme. “Não sabíamos a maior parte
das informações. Era uma época muito diferente de hoje e foi muito bom poder
atuar no filme”, define. Na história, o avô conta ao neto como a história do
trem é entrelaçada com a sua, desde as brincadeiras de correr sobre os trilhos
quando era uma criança, até conhecer a sua esposa em uma viagem de trem.
O filme ainda levanta questões importantes sobre as mudanças
políticas, sociais e econômicas em virtude da industrialização e o início das
preocupações da sociedade com a preservação do meio ambiente em meio ao crescente
progresso. Também faz um comparativo entre como era a educação nas escolas
naquela época e hoje. Mostra ainda o trem voltando a fazer parte do cotidiano
das pessoas com a expansão do Trensurb até novo Hamburgo.
Curta sobre os Mucker
foi precursor
O documentário sobre o trem dá continuidade a um projeto de
introdução de trabalhos de produção em vídeo na escola que começou em 2012, com
a produção do curta-metragem Mucker: uma
história para relembrar, envolvendo 100 alunos das três turmas de 8º ano. No
projeto do ano passado, os estudantes se envolveram da mesma forma na produção
de um curta-metragem que relatou a saga que marcou a história da região no
século 19. O curta foi reconhecido durante o CinEst - Festival Nacional de
Cinema Estudantil 2013, de Santa Maria, com prêmios em três categorias,
incluindo a de melhor curta de documentário. A produção concorreu com 22
produções da rede de educação pública e privada de todo o país.
Fonte: Site da Prefeitura de Campo Bom
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