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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Filme produzido por estudantes resgata a história do trem em Campo Bom

Um jovem estudante campo-bonense em busca de informações para a produção de um trabalho escolar sobre a história do trem pede ajuda à família e graças a esse desafio escolar  descobre a trajetória fascinante do trem na cidade. Esse é o argumento do filme O trem: Nas trilhas do progresso, produção que envolveu o esforço e a dedicação de cerca de 100 estudantes do 9º ano da escola municipal Centro de Educação Integrada (CEI) e que foi lançado para o público na ultima quinta-feira, no teatro Marlise Saueressig. Além dos alunos - que fizeram tudo no filme, desde o roteiro até a dramatização - familiares dos estudantes acompanharam a exibição da obra com ares de documentário que com pitadas de romance, humor e com muita emoção, leva à reflexão sobre todo o progresso e as mudanças que a inovação sobre trilhos provocou em Campo Bom. Antes da exibição do filme, a titular da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, Eliane dos Reis, lembrou ao público que o projeto é uma mostra da capacidade criativa das escolas e dos alunos, refletindo a qualidade da rede municipal de ensino. “Estamos valorizando, além do conhecimento, a humanização de nossos jovens. Demonstrando a importância do trabalho em equipe e desenvolvendo suas potencialidades”, define Eliane.
O filme é ambientado em Campo Bom, mas também possui cenas em cidades da região e até em Bento Gonçalves, onde está a mais tradicional maria fumaça do RS. Segundo a professora de história e coordenadora do projeto, Maria Denise Rohden, devido à gama de materiais e informações disponíveis sobre o trem, a obra que inicialmente seria um curta-metragem se estendeu para um formato mais longo, com 44 minutos de duração, para contemplar mais aspectos desta história fundamental para entender o desenvolvimento do município. “Captamos cerca de 2 horas e 40 minutos de imagens, contando com diversas filmagens externas em lugares como os vagões da locomotiva Maria Fumaça; o Museu do Trem, em São Leopoldo e a estação do Trensurb, em Novo Hamburgo. Aproveitar ao máximo durante a edição todas estas cenas para ter uma visão mais ampla dessa criação coletiva que, embora embasada na história, teve a criatividade e expressão de nossos alunos como peça fundamental para o sucesso”, define a professora. Outro aspecto destacado pela educadora é que diversas pessoas colaboraram para a produção do filme, tanto com ajuda material, emprestando roupas e objetos de época, ajudando na filmagem e no transporte, mas também dando como subsídio algo muito valioso: o conhecimento. “Pessoas como o ex-prefeito Evaldo Dreger foram fundamentais, pois ajudaram contando o que viveram naquela época e despertaram nos jovens a curiosidade de aprenderem ainda mais enquanto produziam o filme. Depois de sete meses de gravação é uma satisfação tão grande ver o resultado deste trabalho em equipe que até é difícil de explicar”.

Um encontro com o passado

Para o estudante João Tavares, de 14 anos, que no filme interpreta o papel de um avô, a participação no projeto foi uma oportunidade de entrar em contato com uma história até então  desconhecida para ele e a maioria de seus colegas. Com base nas narrativas de seu pai e de outras pessoas que viveram Campo Bom na época do trem, que ele construiu seu personagem no filme. “Não sabíamos a maior parte das informações. Era uma época muito diferente de hoje e foi muito bom poder atuar no filme”, define. Na história, o avô conta ao neto como a história do trem é entrelaçada com a sua, desde as brincadeiras de correr sobre os trilhos quando era uma criança, até conhecer a sua esposa em uma viagem de trem.
O filme ainda levanta questões importantes sobre as mudanças políticas, sociais e econômicas em virtude da industrialização e o início das preocupações da sociedade com a preservação do meio ambiente em meio ao crescente progresso. Também faz um comparativo entre como era a educação nas escolas naquela época e hoje. Mostra ainda o trem voltando a fazer parte do cotidiano das pessoas com a expansão do Trensurb até novo Hamburgo.

 Curta sobre os Mucker foi precursor
O documentário sobre o trem dá continuidade a um projeto de introdução de trabalhos de produção em vídeo na escola que começou em 2012, com a produção do curta-metragem  Mucker: uma história para relembrar, envolvendo 100 alunos das três turmas de 8º ano. No projeto do ano passado, os estudantes se envolveram da mesma forma na produção de um curta-metragem que relatou a saga que marcou a história da região no século 19. O curta foi reconhecido durante o CinEst - Festival Nacional de Cinema Estudantil 2013, de Santa Maria, com prêmios em três categorias, incluindo a de melhor curta de documentário. A produção concorreu com 22 produções da rede de educação pública e privada de todo o país.


Fonte: Site da Prefeitura de Campo Bom

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