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terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Governo pede mais prazo para responder sobre impasse dos dias parados dos professores em greve

Durou pouco mais de 30 minutos a primeira reunião de negociação do Comando de Greve do CPERS com o governo do Estado, no fim da manhã desta terça-feira (7). 
“Queremos ouvir o CPERS neste primeiro momento para que se possa chegar a uma definição ao longo da semana”, explicou o secretário da Educação, Faisal Karam, na abertura da mesa. Na prática, o pleito da categoria será levado ao governador Eduardo Leite e, em 48 horas, uma nova audiência deve ocorrer. 
Em entrevista após a reunião, o secretário afirmou que a nova agenda com o Sindicato será nesta quarta-feira (8), às 11 horas. O CPERS aguarda comunicado oficial do governo para confirmar o horário. 
A presidente Helenir Aguiar Schürer resumiu assim o resultado do encontro: “nos chamaram para perguntar o que qualquer aluno de 1º ano já sabe”. Helenir refere-se ao fato de que a demanda do Sindicato é de amplo conhecimento público desde a Assembleia Geral do dia 19 de dezembro. Sem negociação dos dias parados, a greve continua. 
“Nossa pauta é a garantia do pagamento do salário, a garantia de não punição dos grevistas e a observação da gestão democrática, sem abrir mão de cumprir os 200 dias letivos. A responsabilidade que sempre tivemos é de garantir o direito do aluno. Podemos brigar com o governo, mas nunca com os alunos”, ponderou. 
O Comando também aproveitou a oportunidade de diálogo para reiterar o pedido de retirada dos projetos previstos para votação no final do mês. 

Sensibilidade política 

A agenda, convocada após pressão da categoria, contou também com a presença do chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, a secretária de Planejamento, Leany Lemos, e o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa. 
A reunião ganhou contornos tensos após intervenção do procurador, que desviou o debate para o campo jurídico ao afirmar que o governo cumpria a Lei ao cortar o ponto dos grevistas. 
A fala gerou múltiplas manifestações de representantes do Comando de Greve, como Neida Oliveira, Alex Saratt e Rejane de Oliveira, para retomar a pauta essencial. O advogado Pedro Otávio Magadan, da assessoria jurídica do Sindicato, lembrou que a decisão do TJ foi em caráter liminar, quando o corte de ponto ainda não era um fato concreto. 
“A legalidade do corte ainda será julgada pelo Pleno do Tribunal. Temos clareza nessa mesa que se trata de uma negociação de cunho político, que depende de um gesto sensibilidade do governo para com os alunos”, afirmou Pedro. 
Os membros do Comando também lembraram que, fosse apenas uma questão de legalidade, o governo não deveria pagar os salários após o último dia útil do mês ou parcelar o 13º.

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