Vicente Selistre, presidente do Sindicato dos Sapateiros de
Campo Bom e vice-presidente nacional da CTB – Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil, ressalta a importância do manifesto da AEB - Associação
de Comércio Exterior do Brasil e da FIERGS - Federação das Indústrias do Rio
Grande do Sul pela “reindustrialização” das exportações brasileiras. O
manifesto divulgado na quinta-feira (6) se deu em função da redução da
participação industrial na pauta exportadora nacional, que alcançava 59% em
2000 e recuou para apenas 37% em 2012, e a consequente queda de 10% no número
de empresas voltadas ao comércio exterior.
A proposta de constituir uma força-tarefa reunindo o Governo
Federal e entidades privadas, como consta no manifesto, é vista com bons olhos
por Vicente Selistre. “Não existe projeto nacional que não conceba uma
indústria forte. Os trabalhadores também querem sentar à mesa para essa
discussão e entendemos que temos que recuperar espaço para nossos produtos
manufaturados no mercado internacional, pois com isso estaremos abrindo mais
postos de trabalho e melhorando as condições de vida de nossos trabalhadores”,
argumenta Vicente.
O manifesto salienta que apesar de o Brasil ter o sétimo
Produto Interno Bruto (PIB) mundial, ocupa apenas a 22ª posição no ranking dos
exportadores. A FIERGS e AEB argumentam que "em vez de gerarmos empregos
nos outros países, precisamos de uma agenda de impacto para introduzir a
reindustrialização das exportações de manufaturados como fator de alavancagem
rápida do desenvolvimento brasileiro, beneficiando toda a sociedade". O
manifesto também destaca que, nos últimos 12 anos, ocorreu uma elevação acima
de 50% das empresas importadoras, que passaram de 28.300 para 42.500,
representando mais que o dobro das exportadoras.
Mesmo tendo o sétimo PIB mundial, o Brasil ocupa apenas a
22ª posição no ranking dos exportadores (2012). Os 14 maiores exportadores
mundiais são países primordialmente vendedores de manufaturados, e o Brasil não
está nesse grupo. Assim, torna-se cada vez mais difícil manter o atual parque
fabril, resistir ao acirramento da concorrência mundial e ao alarmante
crescimento das importações.
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