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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Brasileiro vai gastar mais de R$ 43 bilhões com sapatos em 2014

Pode ser apenas um detalhe no produto. Mas quem pretende investir em uma marca de sapatos no Brasil precisa de um diferencial para abocanhar parte dos R$ 43,4 bilhões previstos para serem gastos no setor este ano, 7,6% a mais em relação ao ano anterior, segundo dados do Ibope. Além disso, o empreendedor precisa saber que a concorrência é grande: são mais de 8 mil empresas, 94% micro e pequenos negócios.
“O setor sempre oferece uma oportunidade e acolhe novas propostas de empresas que tenham capacidade de apresentar algo diferente”, destaca o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein.
O professor de acessórios de moda da Faculdade Santa Marcelina, Guto Marinho, reforça o coro da diferenciação. “Na primeira aula eu pergunto: ‘Quais serão os diferenciais competitivos? Por que eu vou comprar o seu e não o dele? Qual será seu apelo?’”, destaca. O conforto da peça também é fator crítico para o sucesso. “A criação de um produto não envolve apenas se ele é mais bonito que o outro. Ele pode até vender porque é bonito, mas se machucar o pé o cliente não vai voltar.”
A empresária Luiza Perea já encontrou seu nicho. Na marca que leva seu nome, ela apostou em sapatos femininos confortáveis, feitos artesanalmente com design atemporal e saltos baixos. “Vemos que esse mercado é muito carente. Muitas clientes falam que os sapatos que as escolhiam e não elas escolhiam os sapatos”, diz Luiza, que conta atualmente com a irmã Mirela como sócia.
Hoje, a marca tem uma loja na Vila Madalena e prepara o lançamento do e-commerce no próximo mês. As irmãs vendem entre 200 e 230 pares de sapatos por mês, com preços que oscilam entre R$ 450 e R$ 500. A aposta de Sandro Yamada também é no calçado artesanal. E bem artesanal. É ele quem cuida de todo o processo de fabricação e faz questão de costurar os sapatos a mão. “A produção é lenta. Tiro as medidas, converso com o cliente sobre a necessidade, gostos. Faço a modelagem, uma prova e, quando estiver tudo ‘ok’, vou fazer o original”, conta Yamada, que leva até 35 dias para finalizar cada par de calçados.
Quando Yamada começou a produzir os sapatos, a maioria dos clientes era de homens. “Até porque comecei a fazer botas para mim e o público masculino não é tão bem atendido como o feminino. Agora está quase igual”, conta o empresário.
O preço de venda reflete o modelo de produção e os pares custam entre R$ 2 mil e R$ 5 mil. Por trabalhar com produtos exclusivos, ele não descarta a criação de uma segunda marca, que envolva uma técnica de fabricação mais simples a fim de atender um público maior.
Já o design diferenciado dos sapatos fez a Louloux ressurgir no mercado. Depois da crise de 2008, o empresário Cristiano Bronzatto passou a usar as sobras de materiais de coleções anteriores e voltou a crescer. Atualmente, a marca tem três lojas, produz 6 mil pares de sapatos por mês e planeja uma operação em Londres. “A marca tem um DNA muito forte. Temos um produto que as pessoas identificam na rua”, conta Bronzatto, que vende sapatos com preço médio de R$ 169.

Pequenos
A designer Daniela Gums, por outro lado, aposta em itens para crianças com até seis anos. “Eu sempre trabalhei como estilista e quando meus filhos nasceram eu tive dificuldade de encontrar calçados fáceis de calçar e que encantassem”, conta a empresária. Ao encontrar um nicho, ela resolveu abrir a Amoreco, um pequeno negócio que produz de acordo com a demanda, atualmente em 2 mil pares por mês.


Fonte: Site da Abicalçados

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