Desempregados, autônomos, informais e trabalhadores que perderam potencial de compra são beneficiados com o programa Todos por Campo Bom
As consequências socioeconômicas da pandemia do coronavírus já se refletem nas filas da Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação de Campo Bom. Nesta sexta-feira, 3, dezenas de moradores procuraram a sede do Cras Centro para receber cestas básicas com alimentos como arroz, feijão, óleo de soja e farinha de trigo. A iniciativa integra a ação denominada Todos por Campo Bom, que une Prefeitura, empresas e entidades num pacto pela manutenção de empregos e contra a fome na cidade.
A entrega dos itens é uma ação permanente da prefeitura, mas que em virtude da quarentena do Coronavírus teve sua procura mais que triplicada em relação aos dois primeiros meses do ano. A maior parte dos beneficiados são famílias já inscritas no cadastro social da Prefeitura e também desempregados, autônomos, trabalhadores informais além de pessoas empregadas que perderam seu potencial de compra, ou tiveram rendimentos suspensos tendo em vista a redução das jornadas de trabalho em algumas empresas. Além dos produtos disponibilizados pela prefeitura, nas próximas semanas começarão a ser distribuídas para a comunidade cestas básicas oriundas de doações da iniciativa privada que sinalizou com a oferta inicial de 10 mil unidades distribuídas em três lotes. A intenção é que sejam adicionados nas sacolas itens como produtos de higiene pessoal e limpeza.
“Muitas das pessoas que estão na fila buscam pela primeira vez esse tipo de ajuda. São pais e mães desempregados ou que tiveram seu salário reduzido. Para evitar demissões muitas empresas optaram pela redução da carga horária dos funcionários e isso impacta na renda”, define o prefeito Luciano Orsi.
A fila da manhã desta sexta-feira teve pessoas como o trabalhador de uma empresa de calçados, Claudiomiro Rodrigues, 48 anos, que assim como a esposa Patrícia, 41, foi dispensado do trabalho para ficar em casa, sem remuneração. Eles têm uma filha bebê, moram na casa de um familiar, no bairro Quatro Colônias e, pela primeira vez na vida, tiveram que buscar esse tipo de ajuda. “É um momento difícil para todo mundo, principalmente para quem está com dispensa não paga e tem gastos com aluguel e não tem de onde tirar (o dinheiro). Então esta cesta é uma grande coisa, uma grande ajuda, tudo que vem, que é doado, é de bom tamanho e muito bem-vindo”, disse.
Quem pode receber
Além das famílias cadastradas nos programas sociais da prefeitura, podem ter acesso às sacolas famílias que comprovem situação de vulnerabilidade social por meio de documentos como Carteira de Trabalho, cédula de identidade (própria e dos filhos - se tiver), comprovante de residência ou de aluguel.
Segundo Luciane Taufer, assistente social do Cras, é possível fazer o cadastro na hora, porém cada candidato ao benefício passará por avaliação social. Ela também destaca que todo o processo de entrega obedece critérios de higienização. A profissional orienta que quando o beneficiado for pessoa idosa, a sacola pode ser retirada por um familiar mediante apresentação de documentação completa e aconselha que, a fim de evitar aglomerações, apenas um representante da família se envolva no processo. Segundo Luciane, o processo de distribuição é monitorado por um sistema interno de controle que interliga as unidades do Cras à secretária. Com essa ferramenta é possível evitar, por exemplo, entregas em duplicidade.
Foto: Jordana Fioravanti
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