O primeiro acordo coletivo para empregados domésticos no
país garante piso de R$ 755 para a categoria em São Paulo. O documento,
assinado na última sexta-feira (26) entre a Federação das Empregadas e
Trabalhadores Domésticos do Estado de São Paulo e o Sindicato dos Empregadores
Domésticos do Estado de São Paulo, passa a valer no dia 26 de agosto. É o
primeiro após a entrada em vigor da Emenda à Constituição 72, que assegurou aos
domésticos direitos trabalhistas semelhantes aos empregados em outros setores.
Para os domésticos que moram no serviço, o vencimento-base
chega a R$ 1,2 mil. Os maiores salários serão pagos aos trabalhadores que
pernoitam no local e o piso aumenta de acordo com o tipo de trabalho. O salário
das babás varia entre R$ 1,6 mil (para cuidar de uma criança) e R$ 2 mil (duas
ou mais crianças). Copeiras e cozinheiras receberão R$ 2 mil, enquanto
cuidadores de idosos terão piso salarial de R$ 2,3 mil. O maior vencimento será
o de governanta, que alcança R$ 5 mil.
A assistente jurídica da federação, Camila Ferrari, explica
que o acordo só não é válido para diaristas, tendo em vista que elas trabalham
menos do que três dias por semana em uma mesma residência. Ao todo, 26
municípios paulistas, que compõem a área de atuação da federação, foram
contemplados pela negociação. Segundo a advogada Margareth Galvão, que
representa os patrões, outros sindicatos manifestaram interesse em participar
da convenção.
Camila Ferrari calcula que existam cerca de 700 mil trabalhadores
domésticos na Grande São Paulo. Ela acredita que o acordo minimiza o risco de
demissões no setor, pois é resultado de um diálogo entre empregadores e
funcionários. A advogada do sindicato dos empregadores reforçou que o
"objetivo não foi onerar o patrão. Não foi criar mais e mais atritos. O
objetivo dessa convenção coletiva foi harmonizar a relação”, disse.
Fonte: Agência Brasil
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