Dados elaborados pela Abicalçados apontam que as exportações brasileiras de calçados registraram incremento de 4,7% em novembro no comparativo com o mês anterior
Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias
de Calçados (Abicalçados) apontam que as exportações brasileiras de calçados
registraram incremento de 4,7% em novembro no comparativo com o mês anterior
(US$ 71,3 milhões). No mês passado, os calçadistas exportaram 9,88 milhões de
pares por US$ 74,68 milhões. O número também é 1,1% superior se comparado ao
mesmo mês de 2014, quando foi exportado o equivalente a US$ 73,9 milhões. No
acumulado de janeiro a novembro, o embarque de 106,47 milhões de pares somou
US$ 840,8 milhões em divisas, 11,3% menos do que no mesmo período do ano
passado (US$ 948 milhões).
Para o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein,
trata-se de uma recuperação já prevista. “Com o dólar em patamares mais
elevados, o calçadista consegue formar um preço mais competitivo para o
exterior. Por outro lado, poderíamos ter uma performance ainda melhor se não
tivéssemos perdido o importante incentivo do Reintegra, que teve alíquota de
restituição para o exportador diminuída de 1% para 0,1% sobre o total vendido
ao exterior”, aponta o dirigente. Segundo ele, o resultado positivo deve se
repetir em dezembro, mas não vai “salvar o ano da indústria”, já que as quedas
no primeiro semestre foram muito grandes. “A nossa expectativa mais forte de
recuperação nas exportações está prevista para 2016”, projeta.
Estados
No mês passado, o destaque entre os maiores exportadores de
calçados foi o Rio Grande do Sul. Em novembro, os gaúchos enviaram ao exterior
2,1 milhões de pares por US$ 31,36 milhões, número 28,2% superior ao registrado
no mesmo mês do ano passado (US$ 24,45 milhões). No acumulado de janeiro a
novembro, o Rio Grande do Sul comercializou quase 39% do total exportado pelo
Brasil em valores, com o embarque de 17,83 milhões de pares por US$ 325,36
milhões, número 5% inferior ao registro do mesmo período de 2014 (US$ 342,36
milhões).
No segundo posto entre os exportadores, o Ceará embarcou
4,25 milhões de pares por US$ 23,8 milhões, 1,5% menos do que no mesmo mês do
ano passado (US$ 24,17 milhões). No acumulado dos 11 meses, os cearenses
embarcaram 42,25 milhões de pares por US$ 221,46 milhões, 16,9% menos do que no
mesmo ínterim de 2014 (US$ 266,48 milhões).
São Paulo segue sendo o terceiro maior exportador do Brasil,
tendo enviado 760,14 mil pares para o exterior, com receita de US$ 8,4 milhões
em novembro, 7,1% menos do que em novembro de 2014 (US$ 9 milhões). De janeiro
a novembro, os paulistas somaram 8,9 milhões de pares exportados, que geraram
receitas de US$ 111,37 milhões, 17,5% menos do que no ano passado.
Recuperação no mercado norte-americano
Os dados divulgados pela Abicalçados apontam uma recuperação
do mercado norte-americano. No mês 11, os Estados Unidos consumiram o
equivalente a US$ 17,32 milhões em sapatos verde-amarelos, 8,5% mais do que no
mesmo mês do ano passado (US$ 15,9 milhões). O preço médio do produto vendido
aos norte-americanos também aumentou de US$ 14,64 para US$ 17,09 o par.
“Estamos comercializando produtos de maior valor agregado para o principal
mercado internacional para o calçado brasileiro, o que é muito relevante e deve
refletir positivamente nas exportações”, avalia Klein. No acumulado de janeiro
a novembro, foram embarcados para os Estados Unidos 9,78 milhões de pares por
US$ 165,83 milhões, 4,6% menos do que no mesmo ínterim de 2014 (US$ 173,9
milhões).
O segundo principal destino do produto verde-amarelo segue
sendo a Argentina. Em novembro, os “hermanos” consumiram o equivalente a US$
4,84 milhões em sapatos verde-amarelos, 6,6% mais do que no mesmo mês do ano
passado (US$ 4,54 milhões). Entre janeiro e novembro, a Argentina comprou 7,67
milhões de pares brasileiros, pelos quais foram pagos US$ 64,6 milhões, 17,7%
menos do que no mesmo período de 2014 (US$ 78,53 milhões).
A Bolívia ultrapassou a França e apareceu no terceiro posto
entre os destinos dos produtos brasileiros. No mês passado, os bolivianos
compraram 680,4 mil pares verde-amarelos por US$ 4 milhões, 14,6% menos do que
no mês 11 de 2014 (US$ 4,65 milhões). No acumulado do ano, os bolivianos
compraram 6,37 milhões de pares brasileiros por US$ 45,94 milhões, 7,7% mais do
que no ano passado (US$ 42,65 milhões).
Importações em queda livre
Se no mercado doméstico a demanda em queda assusta os
calçadistas, a situação é inversa no mercado internacional. No comércio
exterior brasileiro, a melhora no índice das exportações é somada à queda nas
importações de calçados. No mês passado entraram no Brasil 1,2 milhão de pares
por US$ 17,9 milhões, menor resultado registrado em 2015 e quase 40% inferior
ao registro do mesmo mês do ano passado (US$ 29,6 milhões). No acumulado, a
importação de 32 milhões de pares por US$ 461,57 milhões é 12,4% menor do que o
registro de mesmo período de 2014 (US$ 527,14 milhões). Nos 11 meses, os
principais vendedores de calçados para o Brasil foram: Vietnã (US$ 251,48
milhões, queda de 18,1% em relação a 2014), Indonésia (US$ 110,9 milhões,
incremento de 8,75%) e China (US$ 43,84 milhões, queda de 9,5%).
Conforme avaliação do executivo da Abicalçados, a queda nas
importações é reflexo direto de dois fatores: o aumento da cotação do dólar,
que torna os preços estrangeiros mais elevados, e a queda na demanda interna de
calçados no Brasil. “O lado bom disso é que diminui a concorrência pelo parco consumo
que resta no varejo brasileiro”, avalia.
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