Os quatro dias da Expo Riva Schuh apontam para dias melhores
para as empresas de calçados do Brasil que fazem o dever de casa com
planejamento e estratégia de mercado. Com a cotação da moeda norte-americana em
alta, o investimento contínuo na exportação começa a render frutos e se mostra
como uma saída para contornar os problemas na economia doméstica. Os resultados
podem ser vistos nos números das 28 marcas nacionais que estiveram na feira de
Riva Del Garda entre os dias 16 e 19 de janeiro. Foram 465 contatos comerciais,
sendo 213 deles novos, de 57 diferentes países. Itália, Israel, Estados Unidos,
França, Inglaterra, Grécia, Polônia, Espanha e Portugal lideram a lista de
visitas às empresas apoiadas pelo Brazilian Footwear, programa de incentivo às
exportações realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados
(Abicalçados) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos
(Apex-Brasil).
“Todos os números obtidos durante a feira nos mostram que os
compradores estão retornando e redescobrindo os nossos produtos”, frisa Ruísa
Scheffel, analista de Promoção Comercial da Abicalçados. Na pesquisa realizada
com os expositores brasileiros no último dia da mostra, os resultados apontam
para uma edição exitosa. As empresas fecharam US$ 2,2 milhões em negócios
durante o evento, mais do que o dobro dos US$ 970 mil realizados na edição de
janeiro do ano passado. A expectativa para os próximos seis meses é de alcançar
cifras de US$ 19 milhões em decorrência da feira.
A taxa de câmbio favorável é vista como um dos principais
fatores atribuídos ao sucesso dos brasileiros em terras italianas. “Os clientes
estão voltando a comprar do Brasil, nossos preços estão mais competitivos e,
com isso, a procura pelo nosso calçado aumentou. Foi uma feira excelente, que
nos deu a oportunidade de conquistar novos clientes com uma moda rápida e
preços acessíveis”, considera Henrique Galhego, gerente de exportação da
Tabita.
Para Juliano Fontes, gerente de exportação da marca Pegada,
a feira superou as expectativas e serviu para abrir o mercado de Israel, além
de fazer a manutenção de clientes. “A Expo Riva Schuh é conhecida por ser uma
feira de amostras e, nesta edição, estamos saindo com pedidos efetivados. Este
é um sinal de que o ano será melhor, especialmente por estarmos com preços mais
competitivos.”
Relacionamento com o mercado
Ao servir de palco
para o relacionamento com distribuidores e seleção de amostras, a Expo Riva
Schuh se apresenta como uma feira de muitos contatos e de termômetro para a coleção.
No segmento infantil, a feira rendeu visitas interessantes e qualificadas. “O
número de compradores que passou pelo nosso estande se manteve, mas a qualidade
aumentou. Observamos que os visitantes estão realmente focados em conhecer
novas empresas e fazer negócios”, relata Magnus Oliveira, gerente de exportação
da Bibi.
A edição de inverno da mostra italiana contou com dois novos
expositores do Brasil: Sollu, que fez sua primeira participação no evento, e
Ramarim, que voltou a participar. “Nossa intenção em expor em Riva Del Garda
era de abrir mercados no Leste Europeu e conseguimos durante os dias da feira
fazer contatos com clientes provenientes de lá e ainda iniciar o trabalho com
um cliente da Bósnia”, conta Alexandre Salomão, gerente de exportação da Sollu.
Salomão termina a feira com um olhar positivo em relação ao resultado da
plataforma comercial e pretende seguir na exposição.
Participaram da 85ª Expo Riva Schuh as marcas Bibi, Klin,
Werner, Andacco, Carrano, Madeira Brasil, Piccadilly, Lilybi, Pegada,
Cecconello, Vizzano, Beira Rio, Moleca, Molekinha, Modare, Capodarte, Dumond,
Usaflex, Tabita, Pampili, Cravo & Canela, Jorge Bischoff, Loucos &
Santos, Ramarim, Comfortflex, Whoop, Sollu e Stéphanie Classic. (Fonte:
Abicalçados)
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