A plenária estadual da Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil (CTB), intitulada “Os desafios dos trabalhadores diante
da Crise e da Ofensiva Neoliberal”, marcou a abertura do Fórum Social Mundial,
que completa 15 anos desde a sua primeira edição, em 2001. A atividade
organizada pela Central aconteceu na terça-feira (19), no auditório da Fetag,
em Porto Alegre, e contou com a presença de lideranças sindicais vindas de
diversas regiões do país, além de parlamentares, trabalhadores e curiosos sobre
o assunto.
Vice-presidente nacional da CTB e presidente do Sindicato
dos Sapateiros de Campo Bom, Vicente Selistre, afirmou que o desafio é grande e
o debate é extremamente importante para que se possa enfrentá-lo. “O Fórum é o
momento ideal de fazermos grandes reflexões”, disse. Além de Vicente Selistre, vários
sindicalistas campo-bonenses representam os sapateiros locais no evento.
A mesa presidida pela secretária-geral da CTB-RS, Eremi
Melo, contou com personalidades de peso do movimento sindical que contribuíram
para um debate enriquecedor. O primeiro a falar foi o presidente da CTB-RS,
Guiomar Vidor, que ao saudar o público, afirmou a importância do Fórum. “O
Fórum Social Mundial cumpriu um papel estratégico no momento de sua criação em
que o neoliberalismo se apresentava como uma ideologia única. A CTB acredita
que outro mundo é possível”, defendeu Vidor.
Já o vice-presidente da CTB-RS, Sérgio de Miranda, também
diretor da Fetag, falou em nome da federação sobre a alegria de acolher
diversas categorias e pessoas vindas de muitos estados, no auditório da
entidade. Miranda também aproveitou a oportunidade para trazer alguns
questionamentos à tona. “Desde que o Fórum foi criado vivemos grandes avanços,
mas também nos deparamos com algumas tentativas de retrocessos. Trabalhadores
do campo e da cidade estão expostos com a atual Câmara dos Deputados e Senado,
conservadores ao extremo. O debate sobre reforma agrária saiu da pauta de
discussões do Congresso e quando mostrado em reportagens é retratado de forma
negativa. Precisamos retomar essas discussões. 2016 será um ano de muita luta, em
que devemos garantir que ninguém mexa nos direitos dos trabalhadores”,
ratificou.
A integrante do Coletivo de Mulheres da CTB-RS e presidente
do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, Silvana Conti, defendeu que a
questão central do Fórum é como elaborar a luta contra o imperialismo. “Nós, da
classe trabalhadora, temos o objetivo central de fazermos a luta de classe, mas
cada um tem as suas especificidades, então essa reunião de homens e mulheres
vindos de várias partes do mundo traz um elemento essencial para a discussão
proposta no Fórum. Parece que os golpistas estão adormecidos, mas engana-se
quem pensa assim. Precisamos seguir lutando pela democracia e legitimando a
presidente mulher que temos. Não podemos permitir nenhum retrocesso e devemos
seguir em busca da igualdade de gêneros”.
Também participaram da plenária, o secretário de relações
internacionais da CTB, Divanilton Pereira, e um convidado internacional da
Federação Sindical Mundial, vindo do Uruguai, Eduardo Burgos. Aproximadamente,
250 pessoas participaram da atividade, com presença expressiva das mulheres.
O presidente nacional da CTB, Adílson Araújo, esteve em
Porto Alegre especialmente para participar do Fórum. Na Plenária, contou para
os participantes sobre a decisão tomada pela diretoria de participar do evento.
“Iniciamos um diálogo interno na CTB e percebemos que seria muito importante
participar desse momento ímpar. O mundo reclama de uma grave crise
internacional e com o agravamento dessa crise compete à classe trabalhadora
enfrentar esse quadro. Nunca foi tão importante fazer uma análise de conjuntura
e tirar conclusões”, afirmou. (Com Informações da CTB/RS)
Nenhum comentário:
Postar um comentário