Tudo pode virar ciência para os jovens estudantes
campo-bonenses. Até aquele “cheirinho desagradável” que exala do pé de algumas
pessoas, o famoso chulé, virou um dos temas do ciclo de feiras de ciências para
as turmas de pré 1 ao 9º ano das Escolas de Ensino Fundamental (Emefs) de Campo
Bom. As mostras, que tiveram início esta semana, procuram trabalhar assuntos do
cotidiano da garotada. O trabalho apresentado pelos alunos de 3º ano da escola
Emílio Vetter, do bairro Rio Branco, investigou a fundo o problema que afeta os
pés das crianças e dos adultos. E os adolescentes levaram o assunto a sério:
com a coleta de amostras dos pés dos colegas, eles criaram culturas de
bactérias e observaram o desenvolvimento delas, fazendo anotações e análises.
Além disso, criaram um questionário sobre o chulé que foi respondido por
estudantes e pais.
O assunto pode até parecer brincadeira, mas é de forma
lúdica que os estudantes vão tendo seus primeiros contatos com o mundo
científico. Segundo a coordenadora de Ciência, Saúde e Educação Ambiental da
Smec, Natália Braun, envolver os pequenos no mundo da ciência logo cedo e de
forma prazerosa é o primeiro passo para organizar uma boa feira. “Entre os dias
12 e 26 deste mês, mais de 6 mil alunos de 5 a 14 anos, estarão envolvidos
nestas feiras de ciências. A partir do pré 1, por volta dos 5 anos de idade,
elas já começam a ter conhecimento de uma metodologia científica e, desde
então, trabalhamos de forma interdisciplinar esses aspectos em suas pesquisas,
para que aprendam a buscar o conhecimento”. A coordenadora ressalta ainda que o
interesse pela ciência é estimulado desde cedo nas escolas de Educação Infantil
de Campo Bom. “Estimulamos os pequenos a tatear, experimentar e vivenciar a
magia do conhecimento, tanto que eles também têm suas mostras de ciência como
uma forma de conhecimento pré-científico”, define a coordenadora.
Esses eventos consistem na exposição de trabalhos realizados
pelos próprios alunos, sob a orientação de seus professores. Cabe a cada escola
organizar a sua feira de ciências, seja através de exposições, seminários,
apresentações, entre outras formas. E vale de tudo: desde a produção de iogurte
através do cultivo do Quefir, investigação sobre o clima de Campo Bom,
trabalhos sobre a importância da água, entre outros assuntos. Como o projeto
sobre as cores das frutas, apresentado pelos estudantes da turma de 4º ano da
escola Duque de Caxias. “Resolvemos fazer este trabalho pois existem muitos
alunos que não têm uma alimentação balanceada. Aprendemos muito sobre a função
de cada cor dos alimentos e dos nutrientes que eles possuem e que precisamos
ter todos os dias alimentos de pelo menos cinco cores diferentes”, explica a
estudante Júlia Fernanda de Souza, de 9 anos.
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