Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC), elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de
Calçados (Abicalçados), apontam que no mês nove foram embarcados 12,2 milhões
de pares por US$ 90,13 milhões, incrementos de 27,7% em volume e 2,5% em
receita no comparativo com o mesmo mês de 2013. Já no acumulado de janeiro a
setembro deste ano a exportação de 94 milhões de pares gerou US$ 789 milhões,
volume 6,5% maior e receita 2,4% menor do que o registro de 2013.
No caminho oposto, as importações de calçados diminuíram
17,7% na relação de setembro deste ano com o mesmo mês de 2013. No mês passado
entraram no Brasil 3 milhões de pares por US$ 46 milhões, valor que foi de US$
55,85 milhões no ano passado. Já no acumulado, as importações registram, pela
primeira vez no ano, uma queda. Entre janeiro e setembro deste ano os
brasileiros compraram 29,8 milhões de pares por US$ 450,7 milhões, 1,1% menos
do que o registro de 2013 (US$ 455,75 milhões).
A recuperação gradual das exportações aliada à queda nas
importações equilibrou a balança comercial de calçados que agora é 4,2%
inferior a registrada no ano passado.
Para o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, o
resultado não pode ser justificado com a recente alta do dólar. “Tanto as
exportações como as importações foram negócios entabulados há meses”, avalia.
Segundo ele, o um movimento, como de vê hoje, é episódico. “Para sinalizar uma
tendência é preciso um período mais alongado”, acrescenta. Para o executivo, o
quadro deve ficar mais claro para análises somente a partir do próximo ano, com
o desfecho do ano eleitoral, sempre “atípico” no que diz respeito ao comércio
doméstico e internacional.
Com uma participação de quase 37% no bolo de exportações de
calçados, em receita, o Rio Grande do Sul segue na ponta como o principal
vendedor internacional do segmento. Entre janeiro e setembro, os gaúchos
embarcaram 13,2 milhões de pares por US$ 289,8 milhões, resultado praticamente
idêntico ao registrado no mesmo período de 2013, US$ 290,1 milhões.
O segundo maior exportador do período foi o Ceará, que
embarcou 39,3 milhões de pares por US$ 219,4 milhões, queda de 3,8% frente ao
mesmo ínterim do ano passado.
Em terceiro no ranking de exportadores aparece São Paulo,
que vendeu 9,37 milhões de pares por US$ 112,44 milhões, 5% mais do que nos
nove primeiros meses de 2013.
Destinos
Entre janeiro e setembro de 2014, os principais destinos do
calçado brasileiro seguiram sendo os Estados Unidos, para onde foram embarcados
8,2 milhões de pares por US$ 140,63 milhões (alta de 2,4% ante 2013),
Argentina, que comprou 6,24 milhões de pares por US$ 66,55 milhões (queda de
32,6%), e França, para onde foram exportados 5,5 milhões de pares por US$ 47,7
milhões (queda de 2,5%).
Argentina segue vendendo mais para o Brasil
Com barreiras impostas aos calçados brasileiros,
especialmente através do atraso de licenças para a importação, a Argentina
continua crescendo como vendedora desses produtos para o Brasil. No mês passado
os argentinos venderam 25 vezes mais do que em setembro de 2013 (US$ 580 mil
ante US$ 22,25 mil). Com a performance, a Argentina, que no acumulado já
exportou para o Brasil o equivalente a US$ 9,6 milhões (20% mais do que no
mesmo período do ano passado), aparece na quinta colocação entre as principais
origens do calçado importado no País.
Se por um lado as importações de calçados da Argentina
aumentam, por outro diminuem as da Ásia. Em setembro, Vietnã, Indonésia e China
registraram performances inferiores as do mesmo mês do ano passado. O quadro no
acumulado, porém, ainda é positivo para o Vietnã, que exportou o equivalente a
US$ 267,3 milhões para o Brasil, uma alta de 10,8% ante 2013. Já a Indonésia,
segundo principal fornecedor internacional de calçados para o varejo
brasileiro, registra uma leve queda de 1% no acumulado, agora chegando a US$ 84
milhões em receita gerada pelos produtos exportados para o Brasil. Ainda no
acumulado, a terceira principal origem segue sendo a China (US$ 41,27 milhões,
queda de 17,2%), seguida pela Itália (US$ 16,4 milhões, alta de 12,2%).
Fonte: Site da Abicalçados
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