Campo Bom começa a ter uma real dimensão da população de
cães e gatos na cidade. E um dos dados é alarmante: segundo as projeções da
Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema), a cidade pode contar com mais de
1.500 cães em situação de rua. Essa estimativa parte da análise da primeira
etapa do censo canino e felino que a Sema realizou no ano passado é que
identificou até agora 641 cães vivendo nas ruas da cidade. O trabalho,
executado entre junho e dezembro de 2017, em parceria com auxílio dos Agentes Comunitários
de Saúde (ACSs), atingiu 60% das residências do município, registrando a
situação de 8.791 animais na cidade e tem como objetivo dar conhecimento do
número aproximado das populações de cães e gatos no município, identificando-os
e mapeando-os por bairro e casa.
Segundo João Flávio da Rosa, titular da Sema, de posse dos
dados sobre a população canina e felina da cidade, será possível ter subsídios
estatísticos para desenvolver uma política municipal e planejar melhor as ações
para estes animais. “O levantamento que fizemos até agora não contempla regiões
como Santa Maria, Quatro Colônias Norte e zonas industriais próximas a RS239,
que são conhecidas como locais de descarte de animais, por isso os números
devem ser muito maiores dos que levantamos até o momento. Por exemplo, no
bairro Imigrante Norte foi apurado que somente cães de rua ultrapassam 100
animais, o que o torna um local prioritário para ações de fiscalização,
controle populacional e de doenças, entre outros”, disse. O secretário ressalta
ainda que o censo é um dos pré-requisitos para aprovação de projetos como o
Castra Móvel, junto ao Conselho Regional de Medicina Veterinária.
Segundo o prefeito Luciano Orsi, a ideia é que, de posse
destes números, a Prefeitura, através da Sema, possa elaborar o planejamento de
ações visando a proteção da vida animal e a fiscalização para o controle
populacional. “Focamos muito na educação sobre posse responsável, pois
acreditamos que ela é fundamental para atenuar a situação dos animais de rua na
cidade. Pouco adiantam as castrações se os donos continuarem largando os
animais indiscriminadamente. Ao adotar, deve-se saber que os animais têm
necessidades, provocam gastos, trazem comportamento imprevisível e vivem por
muitos anos. Promovemos diversas campanhas focadas na conscientização, com o
objetivo de tentar mudar essa realidade”, afirma o prefeito.
Conheça os dados preliminares
O levantamento desta etapa foi realizado nos bairros que tem
a cobertura dos ACSs, que aproveitaram as visitas realizadas normalmente às
casas e cadastraram os animais, assim como levantaram o número de animais de
rua de cada localidade. O resultado dessa etapa do levantamento dos animais
domiciliados foi um total de 6.719 caninos registrados, sendo 52% deles fêmeas
e 48% machos, contando com apenas 11% de animais castrados. Já um total de 641
caninos foram registrados vivendo em situação de rua.
Já a população total de felinos levantada foi de 1.307
animais domiciliados, sendo 53% deles fêmeas e 47% machos, com 17% deles
castrados. Foram registrados 236 animais vivendo em situação de rua. A
expectativa é que o censo seja finalizado em de março. Para isso, a nova etapa
do processo será realizada pela Sema em parceria com as ONGs da Causa Animal do
município.
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