A rede catarinense de lojas de departamentos Havan anunciou,
nesta quarta-feira (31), que deve investir cerca de R$ 2 bilhões para entrar no
mercado atacadista e varejista do Rio Grande do Sul. O presidente Luciano Hang,
em audiência com o governador José Ivo Sartori e autoridades, no Palácio
Piratini, garantiu que a empresa estuda a possibilidade de construção de pelo
menos 50 novas megalojas e a geração de até 10 mil empregos diretos.
A comitiva da empresa de Santa Catarina passou por Passo
Fundo, Caxias do Sul e Porto Alegre. Ainda não há confirmação dos locais onde a
Havan se instalará. Enquanto isso, as secretarias do Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável (Sema) e de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect)
acompanham os estudos de viabilização para o projeto.
Luciano Hang afirmou que já conta com 60 fornecedores
gaúchos e que, agora, procura municípios interessados em receber o
empreendimento, que vem sendo planejado há 10 anos.
“Feliz é o estado que tem um governo que procura os
empresários para investir na sua região. A partir de hoje, estamos preparados
para fazer nosso ingresso no Rio Grande do Sul. Logo estão saindo as licenças
para instalação (pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental - Fepam - e
Sema), mas ainda não definimos as cidades. Cabem no estado, no mínimo, 50
lojas”, informou o empresário.
Para Sartori, a perspectiva do novo empreendimento é uma
demonstração de confiança do empresariado. “A nossa equipe está sempre à
disposição de quem quer investir no RS. Só não investe aqui, quem não quer.
Estamos desburocratizando todas as áreas e criando as condições necessárias
para atrair novos investimentos”, ressaltou.
“Agora, após a conversa com Sartori, acreditamos que podemos
fazer aqui o que fazemos em todo o Brasil. Vamos conversar com prefeitos e
sindicatos, pois só vamos às cidades em que poderemos trabalhar aos sábados,
domingos e feriados. Estamos abertos para cidades que querem crescer, que
querem gerar empregos, renda, impostos, e que gostam de receber
empreendedores“, concluiu Hang.
Conforme o presidente da Havan, a empresa costuma construir
lojas de 15 mil metros quadrados, que geram de 150 a 200 empregos diretos, em
até 60 dias. A cada emprego direto são vinculados mais cinco indiretos, ou
seja, em solo gaúcho podem ser beneficiadas mais de 50 mil pessoas.
A pretensão do empresário é também investir no setor
elétrico, participando do próximo leilão de energia do governo federal, com a
estimativa de aplicar R$ 400 milhões em Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs)
com capacidade de 63 megawatts (MW). A Havan já tem uma usina em Frederico
Westphalen e duas outras no interior catarinense.
Sobre a empresa
Fundada em 1986, em Santa Catarina, a Havan comercializa
artigos nacionais e importados no atacado e no varejo, e tem mais de 100 mil
produtos à disposição dos clientes. A sede fica em Brusque. A empresa começou
sua expansão em 1999 com a abertura de duas filiais em Curitiba. Logo depois,
novas lojas foram abertas em Florianópolis, Criciúma, Joinville e Balneário
Camburiú.
A Havan tem 107 lojas em 15 estados brasileiros. Conforme o
presidente, há planos para investir, no mínimo, R$ 300 milhões, somente neste
ano, para atingir a marca de 120 lojas.
As novas unidades da empresa são megalojas de 6 a 7 mil
metros quadrados com cerca de 100 mil produtos, praça de alimentação, e,
algumas têm até mesmo salas de cinema da rede Cine Gracher, além da tradicional
Estátua da Liberdade da Havan, símbolo da empresa, com 33 metros de altura.
Cada uma das estátuas custam, em média, R$ 1,5 milhões.
Os empresários pretendem dobrar o tamanho da rede até 2022
com investimentos de até R$ 2 bilhões. Em agosto de 2017, Nilson Hang, diretor
da empresa, garantiu que o Rio Grande do Sul teria lojas até 2022.
Acompanharam a audiência o vice-governador José Paulo
Cairoli; os secretários da Sdect, Márcio Biolchi, e da Sema, Ana Pellini; o
secretário adjunto da Sdect, Evandro Fontana; o presidente do Sindilojas de
Porto Alegre, Paulo Kruse; técnicos da Fepam; e representantes da rede Havan.
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