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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Exportações e importações de calçados em queda


Dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam para mais uma queda nas exportações brasileiras. Em outubro deste ano, com relação ao mesmo mês de 2013, a queda foi de 7,5% - de US$ 92 milhões para US$ 85 milhões. Já no acumulado, de janeiro a outubro, o embarque de 105 milhões de pares gerou US$ 874 milhões, número que era de US$ 900,74 milhões no ano passado, um revés de 3%.
A surpresa positiva do mês dez ficou por conta da Colômbia, país que comprou 40,2% mais do que no mesmo mês de 2013, gerando mais de US$ 5 milhões em divisas para os exportadores brasileiros. No ano corrente os colombianos já somam US$ 41,67 milhões em importações de calçados brasileiros, número 22,3% maior do que o registro de 2013.
No acumulado, o principal destino do produto brasileiro segue sendo os Estados Unidos. Com um pequeno aumento de 1,6% nas importações de calçados verde-amarelos, os norte-americanos compraram o equivalente a US$ 158 milhões nos dez meses de 2014. Já o segundo principal mercado, a Argentina, importou 31,1% menos no comparativo com igual período do ano passado, alcançando US$ 74 milhões. A França é o terceiro destino, para onde foi embarcado o equivalente a US$ 52 milhões em calçados brasileiros, 0,5% menos do que em 2013. “Por questões macroeconômicas, mas também relativas à nossa condição precária de competitividade no mercado internacional, especialmente na concorrência com os asiáticos, estamos perdendo os mercados mais tradicionais, como o caso da Argentina, que barra produtos brasileiros e libera os asiáticos”, avalia o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein. Por outro lado, continua o executivo, países como a Colômbia aparecem com força no cenário internacional, o que é positivo para os exportadores. De fato, a Colômbia, que é um dos mercados-alvo do Brazilian Footwear – programa de apoio às exportações de calçados mantido pela Abicalçados em parceria com a Apex-Brasil - deve encerrar o ano com crescimento significativo nas suas importações dos produtos brasileiros.

Estados

Entre os principais exportadores de calçados do Brasil, o destaque continua com o Rio Grande do Sul. Nos dez meses de 2014, os gaúchos exportaram 14,6 milhões de pares por US$ 318 milhões, uma leve queda de 0,6% com relação ao mesmo período do ano passado. O Ceará segue como o segundo exportador do Brasil, embarcando 43,6 milhões de pares por US$ 242,3 milhões entre janeiro e outubro, uma queda de 5,7% no comparativo com 2013. O terceiro maior exportador é São Paulo, de onde partiram 10,45 milhões de pares que geraram US$ 126 milhões, 5,1% mais do que no ano passado.

Desaquecimento do consumo

Seguindo uma tendência verificada em setembro, as importações caíram 14,1% em outubro, alcançando US$ 46,8 milhões – ano passado a cifra foi de US$ 54,53 milhões. Mais uma vez, a Argentina foi o destaque, vendendo quase o dobro em calçados para o Brasil – US$ 1,12 milhão ante US$ 2,23 milhões. Agora o país vizinho é o quinto principal exportador de calçados para o Brasil, atrás apenas do trio de países asiáticos e da Itália.
No acumulado, de janeiro a outubro, entraram no Brasil 32,85 milhões de pares por US$ 497,5 milhões, 2,5% menos do que o registro do mesmo período de 2013 (US$ 510,28 milhões). As principais origens seguem sendo os países asiáticos Vietnã (US$ 294,64 milhões, incremento de 9,2%), Indonésia (US$ 94 milhões, queda de 5,2%) e China (US$ 45 milhões, queda de 16,5%).
Para Klein, os números apontam para um desaquecimento no consumo de calçados. “O ciclo do crescimento baseado no consumo se esgotou, o que afeta, além das produtoras nacionais, os importadores. Quando cai a demanda, cai para todo mundo”, explica o executivo, ressaltando as consecutivas quedas no varejo de calçados no segundo semestre.
Em partes de calçados – cabedais, solas, saltos, palmilhas etc – as importações também caíram no acumulado. De janeiro a outubro, entraram no Brasil o equivalente a US$ 65,44 milhões, 11,4% menos do que no mesmo período de 2013. As principais origens seguem sendo Paraguai, China e Vietnã.

Fonte: Abicalçados

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