"Na semana passada, logo que tomou conhecimento da resolução
da Câmara de Vereadores de Campo Bom proibindo dois cidadãos de assistirem as
sessões, a Executiva Municipal do PSB – Partido Socialista Brasileiro emitiu
nota de repúdio à postura e a iniciativa antidemocrática do presidente da mesa
diretiva. Assim, Paulo Rogério Leites, filiado ao PSB, membro da Executiva
municipal do partido como Secretário do Movimento Negro Socialista (NSB -
Negritude Socialista Brasileira), membro da coordenação estadual deste
movimento e referência nacional do PSB na luta pela igualdade racial,
compareceu à reunião ordinária da última segunda-feira (12).
A decisão de continuar acompanhando as sessões está baseada
no direito constitucional de todo cidadão brasileiro. Com essa atitude, Paulo apenas
exerce seu sagrado direito de ir e vir e direito ao contraditório. Vale
ressaltar que a resolução da Câmara não tem embasamento legal, e o próprio
presidente da Casa mostrou isso ao, em mais uma decisão intempestiva, encerrar
a sessão de segunda-feira, por se sentir “incomodado e contrariado”. Tivesse a
Câmara amparada na lei, teria retirado o cidadão do recinto e dado continuidade
aos trabalhos.
O fato de todos os vereadores terem aprovado a resolução também
mostra a postura ditatorial da presidência. Tanto que alguns já manifestaram
contrariedade com a medida adotada. O vereador Alexandre Hoffmeister procurou
Paulo Leites propondo uma reunião para discutir as questões que têm envolvido o
Legislativo nos últimos meses. O vereador José Sadi dos Santos, na saída da
Câmara, segunda-feira, também se manifestou contrário aos atos da presidência
da Casa. Arcelino Rodrigues, o Siri, foi outro vereador que admitiu que nem
todos os vereadores estavam de acordo com a aquela determinação.
Infelizmente, o presidente, desde os incidentes da sessão do
dia 24 de junho, nunca manifestou disposição em dialogar com os manifestantes. Basta
analisar os fatos ocorridos na Câmara e veremos que todos os incidentes
iniciaram naquela reunião, quando cerca de 200 manifestantes foram à sessão
buscar o apoio dos vereadores, depois da grande mobilização nacional que levou
milhares de pessoas às ruas. Esperava-se que fosse aberto espaço para que
alguns manifestantes apresentassem as reivindicações, mas o presidente optou
por suspender os trabalhos. E o povo só pedia mais respeito por seus direitos,
combate a corrupção e fim da impunidade aos maus políticos. Se o presidente tivesse
dialogado com as lideranças comunitárias que lá estavam naquela noite, as
coisas teriam, certamente, tomado outro rumo.
Diante do exposto, o PSB de Campo Bom apoia seu filiado e
entende que, ao contrário do que foi sugerido pela assessoria da Câmara, Paulo
Leites não precisa de autorização via Justiça para acompanhar as sessões."
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