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quinta-feira, 12 de maio de 2016

Exportações de calçados aumentam em abril

Depois de três quedas consecutivas em relação com os mesmos meses do ano passado, as exportações de calçados podem estar entrando na rota da esperada recuperação. O dólar em patamares mais elevados, apesar da volatilidade cambial, já mostra efeitos - ainda modestos - nos embarques. No mês de abril, os calçadistas exportaram 8,4 milhões de pares por US$ 69 milhões, números superiores tanto em pares (11,7%) quanto em valores (0,8%) em relação ao mês quatro de 2015. Com isso, no quadrimestre, os exportadores somam 40,26 milhões de pares exportados por US$ 295,83 milhões, resultado 2,7% superior em pares e 4,6% inferior em valores na relação com igual período do ano passado.
O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, ressalta que o leve incremento nos embarques em relação a abril passado pode indicar a retomada dos embarques. “Esperávamos uma recuperação já no início do ano, mas os problemas econômicos e políticos do Brasil atrasaram esse momento”, comenta o executivo. Segundo ele, a oscilação do câmbio, provocada pelas incertezas no contexto político e econômico nacional, tem freado o ímpeto das exportações. “Esperamos, com uma definição da questão política, uma estabilização do câmbio, o que poderia dar mais consistência  para uma recuperação dos embarques ao longo de 2016”, projeta Klein.

Destinos

Para Klein, a recuperação em mercados importantes para o calçado verde-amarelo é outro fato que permite projetar um ano melhor além-fronteiras.
Principal destino do produto nacional desde as primeiras exportações, na década de 70, os Estados Unidos importaram 4,47 milhões de pares por US$ 65,66 milhões nos quatro primeiros meses de 2016, números 22% superiores em volume e 17,5% maiores em dólares na relação com igual ínterim do ano passado.
Já a Argentina, que recuperou o segundo posto entre os destinos em 2016, registrou incremento de 102% nas compras de calçados, pagando 52% a mais pelos produtos nos quatro primeiros meses. Entre janeiro e abril, os hermanos importaram mais de 2 milhões de pares por US$ 25,73 milhões.
O terceiro destino no quadrimestre foi a França, para onde foram exportados 4,23 milhões de pares por US$ 19 milhões, queda de 0,1% em volume e incremento de 1,8% em dólares na relação com igual período do ano passado.

Estados

O principal exportador de calçados do Brasil segue sendo o Rio Grande do Sul, estado de onde partiu mais de 36% do total gerado em embarques no quadrimestre. Entre janeiro e abril, os gaúchos embarcaram 8,7 milhões de pares por US$ 127,33 milhões, número 48,2% superior em pares e 13% maior em receita na relação com igual período do ano passado.
O Ceará foi o segundo exportador do período, respondendo por 27% do total gerado no período. No quadrimestre, os cearenses embarcaram 15,27 milhões de pares por US$ 78,83 milhões, quedas de 5% em volume e 6% em dólares na relação com o ano passado. No terceiro posto, São Paulo respondeu por quase 14% do total gerado com embarques no período. Entre janeiro e abril, os paulistas exportaram 3,4 milhões de pares por US$ 36,16 milhões, 25,8% de incremento em pares e 15,8% de queda em receita na relação com igual período de 2015.

Importações

O dólar em patamares mais elevados também tem influenciado as importações. Entre janeiro e abril, entraram no País 9,53 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 120,25 milhões. Os resultados são inferiores tanto em volume (-33,2%) quanto em dólares (-38%) quando comparados  a igual período do ano passado.
Os principais destinos foram Vietnã (3,64 milhões de pares por US$ 64,4 milhões, quedas de 35,7% em volume e 38,7% em dólares), Indonésia (1,44 milhão de pares por US$ 25,3 milhões, quedas de 40,2% e 43,2%, respectivamente) e China (3,67 milhões de pares por US$ 15,47 milhões, quedas de 8% e 31,2%, respectivamente).

Em partes de calçados – cabedal, saltos, solas, palmilhas etc – as importações chegaram a US$ 18,34 milhões no quadrimestre, 28,5% menos do que no mesmo período de 2015. As principais origens foram Vietnã, China e Paraguai. (Fonte: Abicalçados)

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