A Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo
Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha encaminhou, na terça-feira (3), ofício ao
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pleiteando que o Governo passe a
adotar a correção pelo índice integral da inflação da tabela do Imposto de
Renda a partir deste ano de 2017. “Em nome da segurança jurídica e da justiça
fiscal e tributária, recompondo, assim, uma pequena parte da enorme distorção
sofrida, e evitando que este mecanismo injusto de cálculo prevaleça sobre a
lógica e a justiça para com o contribuinte”, reforça o documento assinado pelo
presidente da ACI, Marcelo Clark Alves.
A entidade ressalta que entende como muito positivos os
avanços propostos pelo ministro e sua equipe técnica face os desafios que a
economia brasileira vem apresentando nestes últimos anos. “Sem uma preocupação
com o controle fiscal, através de um enfrentamento objetivo dos gastos
crescentes da máquina pública, não haverá uma saída para a crise que hoje
vivemos e a retomada de dias melhores para os negócios e, consequentemente,
para o cidadão brasileiro. São inúmeras as práticas legais e orçamentárias a
serem modificadas em prol da melhora dos negócios no atual cenário brasileiro,
e nossa entidade apoiará a todas aquelas que entender saudáveis para o
crescimento da economia com estímulo à formalização e à criação de postos de
trabalho e novas empresas”, pontua o ofício.
Entre as necessárias modificações, a ACI destaca a perversa
e constante prática da defasagem anual da tabela do Imposto de Renda no Brasil.
Somadas, desde 1996, as correções da tabela abaixo da inflação atingem hoje a defasagem
de 83,12% para fins de tributação. Conforme estudo do Sindicato dos Auditores
Fiscais, se houvesse uma correção inflacionária atrelada de forma integral no
cálculo da Tabela do Imposto de Renda ao longo destes anos, a faixa de isenção
seria de R$ 3.460,50 e não de R$ 1.903,98. O estudo teve por base o Relatório
Focus do Banco Central. No ano passado, segundo o mesmo Sindicato, ocorreu a
maior defasagem anual dos últimos 12 anos. “A defasagem, por certo, prejudica
as camadas de renda mais baixas, que deveriam estar na faixa de isenção, mas
acabam tendo de pagar o Imposto de Renda por falta das próprias correções,
incluindo assim contribuintes que estariam isentos na primeira faixa de
tributação”.
De acordo com a explanação da ACI, a tabela do Imposto de
Renda foi corrigida desde 1996 em apenas 109,63%, o que implica em menos da
metade da inflação acumulada no período, que alcança 283,87%. “Portanto, o
cidadão que recebe um salário de R$ 4 mil reais é obrigado a recolher
mensalmente R$ 223,41 em Imposto de Renda. Esse valor é 547,84% maior do que o
que seria recolhido se as reposições inflacionárias fossem respeitadas ao longo
dos anos. Nos dias de hoje, aquele que recebe R$ 10 mil reais paga 62% a mais
do que deveria”. (De Zotti – Assessoria de Imprensa)
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