A última semana foi histórica para Campo Bom. Na
terça-feira, 14, depois de muitos anos, o Município reconquistou o Certificado
de Regularidade Previdenciária (CRP). O documento, fornecido pela Secretaria de
Políticas de Previdência Social, atesta o cumprimento dos critérios e
exigências estabelecidos na Lei nº 9.717/98, demonstrando que um ente
federativo segue normas de boa gestão, de forma a assegurar o pagamento dos
benefícios previdenciários aos seus segurados. Para receber o documento, a
Prefeitura cumpriu uma série de 35 critérios do Ministério da Fazenda, dentre
eles está o parcelamento da dívida com o Instituto de Previdência e Assistência
dos Servidores Municipais (Ipasem) de Campo Bom, num montante de cerca de R$ 40
milhões que foram acumulados entre os anos de 1992 e 2016.
Segundo o prefeito Luciano Orsi, essa dívida deverá ser paga
em 200 parcelas corrigidas pela meta atuarial do Ipasem. “O valor bruto da
dívida gira em torno de R$ 12 milhões os quais, corrigidos nos critérios
anteriores, resultariam num montante de mais de R$ 80 milhões com as devidas
correções”, afirma Orsi. No mês de maio, durante a marcha dos prefeitos à
Brasília, o Governo Federal sinalizou que ajudaria os Estados e Municípios
emitindo uma portaria que possibilitou que esses reparcelassem em novos
critérios seus débitos. No mês de julho
foi emitida a Portaria do Ministério da Fazenda nº 333 para os Regimes Próprios
de Previdência, possibilitando o parcelamento com alíquotas não inferiores a
meta atuarial.
“O Ministério não aceitava a forma com a qual a dívida era
paga anteriormente, com parcelas irregulares e calculadas de forma percentual
sobre a folha de pagamento do Município. Adotando a nova base de cálculo,
reduzimos consideravelmente a dívida e ainda geramos aos cofres do Município
uma economia mensal de cerca de R$ 240 mil por parcela – antes pagávamos em
torno de R$ 430 mil por mês, hoje a parcela deve chegar a R$190 mil. Essa é uma
economia substancial que poderá ser utilizada em investimentos para benefício
de nossa comunidade”.
O chefe do executivo explica ainda que a falta da CRP
impedia que o Município recebesse diversas verbas federais, como emendas
parlamentares, só conseguindo as mesmas através de liminares na justiça. “O CRP
faz toda a diferença para a cidade, pois é um atestado de bom pagador, um
documento imprescindível para que consigamos utilizar algumas verbas já
existentes e viabilizar novos recursos, como do BNDES, por exemplo. Além disso,
com o parcelamento da dívida, viabilizamos recursos para que o Ipasem possa
honrar com o pagamento dos benefícios previdenciários para os servidores
municipais, o que também é uma prioridade para nós”, comemora Orsi.
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