Trabalhadores e empresários chegam a um acordo e mantém tradição da antecipação salarial
Na semana passada, o Sindicato da Indústria de calçados de
Campo Bom confirmou o reajuste de 3% a ser concedido aos sapateiros do
município a partir do salário do mês de março. Assim, tradição da antecipação
do dissídio, que ocorre em agosto, foi mantida. “Embora este seja um ano
desafiador para a indústria, acreditamos no diálogo. Fizemos um grande esforço
no sentido de conceder essa antecipação”, disse o presidente do Sindicato
Patronal, Ivo Nunes.
A antecipação do dissídio é uma negociação extraordinária
entre os sindicatos patronal e dos trabalhadores que vem acontecendo desde
2011. No início deste ano, porém, diante das dificuldades do setor calçadista e
diante da instabilidade política do País, somando-se a isso o quadro pouco
animador do ano passado, os empresários pensavam em não conceder a antecipação.
O presidente do Sindicato Patronal, entretanto, manteve o diálogo com o
presidente do Sindicato dos Sapateiros, Vicente Selistre, e conseguiram, depois
de várias reuniões, manter a antecipação.
Vicente Selistre comemorou o resultado da negociação. “O
nosso sindicato entende que a garantia da antecipação, mesmo em março, mostra a
valorização do dialogo da negociação no Sindicato da Indústria. O ano passado
foi muito difícil e as negociações também foram, mas com muito dialogo conseguimos
a antecipação”, argumenta Vicente. “Temos
que apostar na valorização do trabalhador sapateiro, da classe sapateira e do
setor produtivo. E estamos apostando que este ano vai melhorar, é um ano ainda
desafiador, mas queremos que seja melhor e temos que estar unidos nisso”,
prossegue o sindicalista.
Vicente também destaca a importância da manutenção do
reajuste do Salário Mínimo Estadual. “Nós temos também o desafio de acompanhar
os desdobramentos do julgamento que deu grande vitória para os trabalhadores no
Tribunal de Justiça, sobre o Salário Mínimo Estadual. Entendemos que quando
patrões e empregados dialogam, no sentido de valorizar e juntos defender a
indústria”, finaliza Vicente, defendendo também a taxação de grandes fortunas,
combate aos lucros exorbitantes dos bancos. Para o sindicalista, este é o
momento de apostar no trabalho, na produção, pois é assim que se faz um país.
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