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sexta-feira, 27 de março de 2015

Aposta no trabalho: sapateiros terão reajuste de 3%

Trabalhadores e empresários chegam a um acordo e mantém tradição da antecipação salarial 


Na semana passada, o Sindicato da Indústria de calçados de Campo Bom confirmou o reajuste de 3% a ser concedido aos sapateiros do município a partir do salário do mês de março. Assim, tradição da antecipação do dissídio, que ocorre em agosto, foi mantida. “Embora este seja um ano desafiador para a indústria, acreditamos no diálogo. Fizemos um grande esforço no sentido de conceder essa antecipação”, disse o presidente do Sindicato Patronal, Ivo Nunes.
A antecipação do dissídio é uma negociação extraordinária entre os sindicatos patronal e dos trabalhadores que vem acontecendo desde 2011. No início deste ano, porém, diante das dificuldades do setor calçadista e diante da instabilidade política do País, somando-se a isso o quadro pouco animador do ano passado, os empresários pensavam em não conceder a antecipação. O presidente do Sindicato Patronal, entretanto, manteve o diálogo com o presidente do Sindicato dos Sapateiros, Vicente Selistre, e conseguiram, depois de várias reuniões, manter a antecipação.
Vicente Selistre comemorou o resultado da negociação. “O nosso sindicato entende que a garantia da antecipação, mesmo em março, mostra a valorização do dialogo da negociação no Sindicato da Indústria. O ano passado foi muito difícil e as negociações também foram, mas com muito dialogo conseguimos a antecipação”, argumenta Vicente.  “Temos que apostar na valorização do trabalhador sapateiro, da classe sapateira e do setor produtivo. E estamos apostando que este ano vai melhorar, é um ano ainda desafiador, mas queremos que seja melhor e temos que estar unidos nisso”, prossegue o sindicalista.

Vicente também destaca a importância da manutenção do reajuste do Salário Mínimo Estadual. “Nós temos também o desafio de acompanhar os desdobramentos do julgamento que deu grande vitória para os trabalhadores no Tribunal de Justiça, sobre o Salário Mínimo Estadual. Entendemos que quando patrões e empregados dialogam, no sentido de valorizar e juntos defender a indústria”, finaliza Vicente, defendendo também a taxação de grandes fortunas, combate aos lucros exorbitantes dos bancos. Para o sindicalista, este é o momento de apostar no trabalho, na produção, pois é assim que se faz um país.

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