A estratégia de vacinação contra o Papilomavírus Humano
(HPV), usada na prevenção do câncer de colo do útero se inicia nesta
segunda-feira (9). Para este ano, o público-alvo são meninas de 9, 10 e 11
anos, que no Rio Grande do Sul somam mais de 240 mil adolescentes. A meta é de
vacinar 80% destas meninas (ou aproximadamente 190 mil).
A Secretaria da Saúde (SES) já repassou aos municípios as
doses para o início da imunização e orientações quanto ao uso das mesmas. A
vacina estará disponível nas cerca de 1,8 mil Unidades Básicas de Saúde do
Estado. Em alguns municípios, esta vacinação também ocorrerá nas escolas
públicas e privadas. Nas instituições de ensino, para receber a vacina as
meninas precisarão apresentar o Termo de Autorização para Vacinação assinado
pelos pais ou responsáveis. Este documento está disponível na escolas e também
no site da Secretaria da Saúde (www.saude.rs.gov.br), no banner da estratégia.
As meninas na faixa etária de 12 a 14 anos de idade que
tenham iniciado o esquema vacinal em 2014 e por algum motivo não receberam a
segunda dose da vacina (seis meses após a primeira) também deverão ser
imunizadas. Em 2014, primeiro ano que a vacina foi oferecida no SUS e a
vacinação do HPV foi direcionada para meninas dos 11 aos 13 anos, mais de 239
mil (ou 98%) receberam a primeira dose. Contudo, apenas 169 mil (ou 69%)
tomaram a segunda dose até o final do ano passado.
O esquema vacinal recomendado consiste na administração de
três doses (primeira, mais uma em seis meses e a dose final em 60 meses). A
administração da segunda dose ocorrerá em setembro (seis meses após a primeira
dose) e a terceira cinco anos após essa. Neste ano, também serão vacinadas
mulheres de nove a 26 anos de idade que sejam portadoras de HIV. Esta população
- que no RS somam cerca de 5 mil pessoas - foi incorporada como prioritária, considerando
que as complicações decorrentes do HPV (como neoplasias anogenitais e as lesões
intraepiteliais) ocorrem com mais frequência em pacientes portadores de HIV e
da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).
HPV e câncer de colo de útero
O vírus HPV é uma das principais causas de ocorrência do
câncer do colo de útero, terceira maior taxa de incidência entre os cânceres
que atingem as mulheres no país. Pelo menos 12 tipos de HPV são considerados
oncogênicos, ou seja, que podem ocasionar tumor canceroso. Dentre as variantes
de alto risco, os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do
colo do útero. A vacina a ser oferecida pelo SUS protege contra dois tipos de
cepas do vírus do HPV de alto risco oncogênico o 16 e o 18, além do 6 e 11,
responsáveis por 90% das verrugas genitais.
Sua transmissão se dá por contato direto com a pele ou
mucosa infectada, principalmente via sexual. Como muitas pessoas portadoras do
HPV não apresentam nenhum sinal ou sintoma, elas não sabem que têm o vírus, mas
podem transmiti-lo. A época mais favorável para a vacinação é nesta faixa
etária, de preferência antes do início da atividade sexual, ou seja, antes da
exposição ao vírus.
Na prevenção ao câncer de colo de útero, contudo, a
vacinação não substitui o exame papanicolau, que ajuda a detectar células
anormais no revestimento do colo do útero e do uso da camisinha. O exame do
papanicolau, deve ser feito com um intervalo de três anos, após dois exames
negativos, com intervalo anual, quando as lesões são diagnosticadas
precocemente e podem ser tratadas antes de se tornarem câncer. O câncer de colo
do útero é um dos mais fáceis de serem prevenidos, por isso é tão importante
fazer o exame regularmente.
Fonte: Imprensa Governo do RS
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