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terça-feira, 15 de julho de 2014

Junho registra leve recuperação nas exportações de calçados

O mês de junho registrou uma leve recuperação nas exportações de calçados. Depois de três quedas consecutivas, as receitas com os embarques voltaram a crescer no mês seis, chegando a US$ 83,36 milhões. O crescimento de 3,5% na relação com o mesmo mês do ano passado, porém, não foi suficiente para reverter um quadro que vem se agravando desde o início do ano. Entre janeiro e junho foram embarcados 63,7 milhões de pares que geraram US$ 522,36 milhões, número 6,2% superior em pares e 2,6% inferior em dólares no comparativo com o primeiro semestre de 2013. “O número se explica pela queda do preço médio do nosso produto (-8,2%), agora em US$ 8,20”, ressalta o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein.
As importações de junho também registraram incremento, de 31% com relação ao mês seis do ano passado, chegando a US$ 58 milhões. Nos seis primeiros meses as importações já somaram US$ 313 milhões, 9,3% mais do que no mesmo período de 2013. O resultado foi mais uma queda na balança comercial de calçados, de 15,1%. “As condições de competitividade do calçado brasileiro estão cada vez mais deterioradas e quem está aproveitando a oportunidade é justamente o importador asiático”, avalia Klein, para quem o Custo Brasil aliado às instabilidades econômicas dos principais parceiros comerciais e um dólar instável é uma combinação “desastrosa” para a indústria nacional.

Destinos
Entre janeiro e junho deste ano o principal destino do calçado verde-amarelo foi os Estados Unidos, para onde foram enviados 5,76 milhões de pares que geraram US$ 88 milhões, 2,6% mais do que no mesmo período de 2013. Recuperando o segundo posto entre os destinos, a Argentina aparece com a compra de 2,23 milhões de pares por US$ 33 milhões, 39% menos do que no primeiro semestre do ano passado. A França vem na sequência, com a aquisição de 3,6 milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 31,85 milhões, queda de 5,3%.

Rio Grande do Sul é o maior exportador
O Rio Grande do Sul segue como o principal exportador de calçados em receitas geradas. Entre janeiro e junho, os gaúchos enviaram ao exterior 8,35 milhões de pares pelos quais receberam US$ 186,24 milhões, 3,9% menos do que no mesmo período de 2013. Na sequência aparecem o Ceará, com o embarque de 26,78 milhões de pares por US$ 145,78 milhões (4,2% mais do que em 2013) e São Paulo, que vendeu 6 milhões de pares por US$ 75,4 milhões (5,8% mais do que no ano passado).

Asiáticos e a “invasão” do varejo brasileiro
O calçado asiático, que já representa 95% do total importado pelo Brasil, segue sua “invasão” ao varejo nacional. Entre janeiro e junho, os varejistas brasileiros absorveram mais de 10 milhões de pares por US$ 185,25 milhões do Vietnã, um aumento de quase 21% com relação ao mesmo período do ano passado. Da Indonésia vieram 3,46 milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 57,13 milhões, um aumento de 26% ante o ano passado. No terceiro posto aparece a China, que embarcou 5,6 milhões de pares por US$ 32 milhões, 7,2% menos do que em 2013.

“A Abicalçados não se posiciona contra as importações. Trata-se de uma condição natural do livre mercado. A nossa queixa é que, muitos destes calçados, diria até a maioria, além de entrarem com preços muito abaixo dos praticados no mercado internacional (dumping) são provenientes de processos de elisão fiscal”, lamenta Klein. Segundo ele, embora o governo brasileiro esteja mais atento à fiscalização das práticas elisivas, muitos produtos chineses continuam entrando no Brasil através de processos de circunvenção e tringulação das importações, burlando assim o direito antidumping contra os calçados daquele país. “Recentemente a Secretaria de Comércio Exterior identificou fraude de empresa malaia, que não conseguiu comprovar a sua origem. A atitude é digna de aplausos, mas também demonstra que a questão ainda está longe de ser resolvida. A indústria calçadista está definhando e nem é por causa da concorrência legal, é por conta de processos que ferem a defesa comercial brasileira”, avalia o executivo.


Fonte: Abicalçados

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