O Senado aprovou no final do ano passado o projeto conhecido
como minirreforma eleitoral que proíbe, entre outros, o uso, em vias públicas
de cavaletes e cartazes. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entretanto, decidiu
que a lei (12.891/2013) não valerá para as eleições de outubro. A maioria dos
ministros entendeu que a regra, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff em
dezembro do ano passado, só valerá para as próximas eleições, pois deveria ter
entrado em vigor em outubro de 2013, um ano antes das eleições.
Mesmo com a liberação do TSE, em muitos municípios, até por
força de lei, como é o caso de Novo Hamburgo, a prática dos cavaletes já está
proibida. Em Campo Bom, na semana passada, aconteceu uma reunião no Fórum com
todos os partidos e a maioria se manifestou contrária ao uso dos cavaletes, mas
como não ouve unanimidade, o Juiz optou por liberá-los.
PSB de Campo Bom é contra
A Executiva do PSB de Campo Bom e o candidato a Deputado
Estadual Vicente Selistre defendem, desde já, a proibição do uso dos cavaletes
em vias públicas. O PSB de Campo Bom garante que não usará este artifício,
respeitando a vontade popular, pois muitas são as reclamações não apenas pela
poluição visual (que já seria um bom motivo para evitar os cavaletes), mas
também pela questão da segurança aos pedestres e aos veículos que podem ser
atingidos por alguma placa e ou cavalete movimentado pelo vento ou outro
fenômeno. O PSB também leva em conta a questão financeira, pois candidatos com
maior poder aquisitivo acabam sendo beneficiados, visto que os custos deste
material e sua colocação nos locais são altos. Outra preocupação é com a grande
quantidade de resíduos que esse tipo de propaganda produz.
Pronunciamento na Câmara
O vereador socialista Jair Wingert se pronunciou na sessão
da Câmara na última segunda-feira ressaltando que esta eleição é um momento
histórico de amplo e profundo debate. “O voto não tem preço e sim
consequências. Como socialista e cidadão campo-bonense defendo a não utilização
de cavaletes em nossa cidade por entender que além de se caracterizar como
abuso de poder econômico, os tais cavaletes deixam a nossa tão bela cidade
feia, suja, poluída visualmente. Respeito quem pensa e age de maneira contrária,
mas não concordo”, observa o vereador. E Jair vaia além, afirmando que “não
votaria em candidato que coloca cavaletes nos trevos e rótulas da nossa bela e
limpa Campo Bom. Por outro lado acredito que deveria haver uma lei que
proibisse o uso deste nefasto expediente, a exemplo de outras cidades onde não
teremos esta aberração. Minha contrariedade ocorre também em função dos
comerciantes da cidade que não raro acabam tendo que juntar o cavalete que caiu
na frente de sua loja, sem contar que muitos cavaletes ficam jogados nas ruas e
avenidas causando problemas ao trânsito. A campanha deve ser olho no olho, com
visitação, propostas, caminhadas e debate com a sociedade organizada”.
Novo Hamburgo tem lei que proíbe
Enquanto em Campo Bom está liberado, em Novo Hamburgo, a
instalação ou colocação, ainda que temporária, de propagandas, faixas e
cartazes de divulgação de conotação político eleitoral e qualquer produto dessa
espécie, em ruas, avenidas, canteiros, praças, árvores e abrigos de paradas de
ônibus é proibida, graças a projeto de lei aprovado pela Câmara de Vereadores,
no ano de 2012. De acordo com a lei, o descumprimento da regra será declarada
infração legal, cabendo ao Poder Executivo advertir os infratores, recolher o
material e estabelecer a forma de inibir tais inobservâncias.
A minirreforma
Em setembro do ano passado, o Plenário do Senado aprovou em
votação simbólica a minirreforma eleitoral, com medidas que, de acordo com seu
autor, senador Romero Jucá (PMDB-RR), têm por objetivo diminuir os custos das
campanhas e garantir mais condições de igualdade na disputa eleitoral entre os
candidatos. A matéria seguiu então para sanção presidencial, o que aconteceu em
dezembro.
Na época, o senador Jucá dizia que “a minirreforma eleitoral
vale para 2014, porque não muda regras de eleição, mudamos apenas regras
administrativas e procedimentais, que criam procedimentos de fiscalização, de
transparência, de gasto. Não há nenhuma mudança que impacte o direito de cada
um de disputar eleição”.
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