Luiz Chaves/Palácio Piratini
|
Feltes concorda em debater o assunto, mas cobra uma
definição de quais setores o Estado deveria retirar os benefícios. "O que,
efetivamente, devemos cortar? Porque ficar só no discurso não ajuda a resolver
a questão de forma pragmática". O secretário lembrou que o Estado concedeu
um total R$ 8,986 bilhões em desonerações fiscais ao longo de 2015. O objetivo
foi estimular diferentes setores da economia, garantir condições de
competitividade às empresas gaúchas e preservar empregos.
Entre os setores beneficiados com os incentivos fiscais,
estão os produtos da cesta básica de alimentos, os medicamentos genéricos, as
cooperativas de reciclagem e os incentivos à cultura. "O Simples Gaúcho
(Sistema Simplificado de Pagamento de Impostos das Microempresas, Microprodutores
Rurais e Empresas de Pequeno Porte) tem impacto de cerca de R$ 1,2 bilhão nos
R$ 8 bilhões de créditos e isenções fiscais concedidos pelo Estado. Iríamos
aumentar a carga tributária das micros e pequenas empresas? É a isso que estão
se referindo aqui quando dizem que dá para cortar os incentivos?",
questionou.
Feltes sugeriu que o corte genérico aumentaria também a
tributação dos setores leiteiro, de vitivinicultura, coureiro-calçadista e
moveleiro, que têm créditos presumidos. "São esses incentivos que querem
cortar, para tirar a competitividade do setor produtivo que emprega e dá renda
para o Estado há tanto tempo?".
Desoneração fiscal
No ano passado, o Estado concedeu um total R$ 8,986 bilhões
em desonerações fiscais. O valor é praticamente o mesmo, em termos nominais,
dos benefícios concedidos em 2014 (R$ 8,980 bilhões).
O volume da arrecadação potencial de impostos, porém, foi
menor - 22,94%, menos do que os 24,01% de 2014. O principal tributo estadual
registrou recuo em termos de desonerações: 22,92% do ICMS potencial em 2015,
índice que no ano anterior chegou a 23,98%.
Do total desonerado, 89,8% correspondem ao ICMS, sendo o
restante relativo ao IPVA (8,8%) e ao ITCD (1,4%). Entre os diversos tipos de
benefícios existentes em 2015, predominaram as isenções e os créditos
presumidos, com cerca de um terço cada um. As isenções atingiram R$ 2,729
bilhões, equivalentes a 33,9% do total. A modalidade de crédito presumido
alcançou R$ 2,506 bilhões e respondeu por 31,1% das desonerações não
heterônomas do ICMS. (Fonte: Imprensa Governo do RS)
Nenhum comentário:
Postar um comentário