O aumento de juros para os novos financiamentos da Caixa
Econômica Federal para a casa própria terá impacto de até 14,3% nas prestações.
Segundo levantamento da Associação Nacional de Executivos de Finanças,
Administração e Contabilidade (Anefac), os financiamentos mais caros serão os
mais afetados pelas novas taxas, que vigoram para os contratos assinados a partir
desta segunda-feira (19).
Para as linhas de crédito do Sistema de Financiamento
Imobiliário (SFI), que financiam imóveis acima de R$ 650 mil na maior parte do
país e de R$ 750 mil em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, em São Paulo e no
Distrito Federal, as novas taxas farão a prestação subir entre 11,24% e 14,35%.
Para as operações do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que financia
unidades entre R$ 190 mil e R$ 650 mil (ou R$ 750 mil, em Minas, no Rio, em SP
e no DF), o impacto nas parcelas será bem menor, ficando entre 0,83% e 4,69% nas
linhas que sofreram reajuste.
As novas taxas valem para os novos financiamentos
habitacionais concedidos com recursos da caderneta de poupança, sendo que as
operações mais caras do SFH não terão os juros alterados. De acordo com a
Caixa, os mutuários que já assinaram contrato não terão mudança. Os imóveis
financiados com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou
pelo Programa Minha Casa, Minha Vida também não tiveram os juros alterados. As
duas modalidades financiam apenas unidades de até R$ 190 mil para famílias de
menor renda.
As novas taxas para os financiamentos habitacionais foram
anunciadas pela Caixa na última quinta-feira (15). Nos financiamentos do SFH,
os juros, atualmente entre 8% e 9,15% ao ano, ficarão entre 8,5% e 9,15% ao
ano. Nas operações do SFI, as taxas passarão de 8,8% a 9,2% ao ano para 10,2% a
11% ao ano. O banco justificou o reajuste com base no aumento da taxa Selic
(juros básicos da economia), que passaram de 10% para 11,75% ao ano em 2014.
Os juros dos financiamentos habitacionais da Caixa são
definidos conforme o perfil do comprador. Quem tem relacionamento com o banco
(é correntista ou tem investimentos na instituição), tem conta-salário e é
servidor público paga juros mais baixos à medida que o mutuário preenche cada
um dos requisitos. Como a Caixa concentra 70% do crédito imobiliário no país,
as taxas cobradas pela instituição servem de referência para operações semelhantes
nos demais bancos.
A Anefac fez a simulação do impacto da alta dos juros nas
prestações com base num financiamento de R$ 500 mil no SFH e no SFI em duas
modalidades: prestação constante (tabela price) e amortização constante, quando
o valor das parcelas diminui com o tempo. No caso do sistema de amortização
constante, o impacto foi calculado para o valor da primeira prestação. Na
última parcela, praticamente não há aumento.
Fonte: Agência Brasil
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