Com o objetivo de estimular as empresas a entrar no mercado
internacional de calçados, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados
(Abicalçados) promoveu na quarta-feira (13), na sede da entidade, em Novo
Hamburgo, o evento Estratégias para Exportação – Primeiros passos. O encontro contou com palestras do professor
e coordenador do Núcleo de Negócios Internacionais da ESPM-Sul, Christian
Tudesco, e de representantes do Banco do Brasil, Correios e seguradoras de
crédito para exportação, além do bate-papo com profissional experiente no
mercado externo de calçados.
O professor Tudesco abriu os trabalhos ressaltando que, em
primeiro lugar, é preciso tirar a negatividade das questões referentes à
exportação. Segundo ele, existem muitos mitos, o que, aliado à tendência
brasileira de “negativar as coisas”, acaba emperrando o processo de inserção e
expansão além-fronteiras. “A verdade é que, nos últimos dez anos, acessar o
mercado internacional ficou muito mais fácil, apesar de toda a instabilidade
macroeconômica”, disse, acrescentando que não existe porte definido para a
colocação no mercado externo. “Na Itália, 75% das empresas exportadoras são de
micro e pequenos portes. O que é fundamental é a cultura de exportação”,
destacou.
Movimento recente
Com apenas de 25 mil empresas exportadoras em todo o Brasil,
Tudesco ressaltou que a pauta nacional ainda é baseada em commodities. “Das
exportadoras, 250 respondem por quase 70% do total de embarques. A cultura de
inserção internacional ainda é muito recente no Brasil e cabe a nós transformar
isso“, comentou. Para a inserção além-fronteiras, o especialista destacou que são
necessários alguns cuidados, especialmente na distribuição, com a escolha do
parceiro ideal. “Não podemos nos precipitar”, frisou, lembrando que uma das
empresas na qual trabalhou teve marca registrada no exterior por um
distribuidor mal selecionado.
Tudesco listou algumas dicas importantes para empresas
iniciantes. Segundo ele, é preciso fazer uma análise macroambiental detalhada,
levando em consideração aspectos sociais e culturais do País, além de promover
uma adaptação do mix de produtos. A
definição de preços, em consonância com a concorrência local, os custos e a
demanda também é fundamental.
Bate-papo
Através de um bate-papo com a plateia de empresários, o
especialista em mercado internacional de calçados, Jadir Bergonsi, ressaltou as
vantagens competitivas da marca que trabalha a exportação. Segundo ele, a
exportação diminui o risco diante das crises, aumenta o nível de
competitividade do produto e traz maior credibilidade para a empresa. “No
entanto, é preciso entender do seu negócio, fazer um planejamento estratégico
tendo em vista que a exportação é um negócio a longo prazo”, disse.
Retomando o ensinamento do professor Tudesco, ele destacou
que é preciso quebrar o paradigma de que empresas menores não podem exportar.
“Algumas empresas já nascem no mercado internacional. O importante é ter uma
história para contar", concluiu.
O evento contou ainda com palestras dos representantes do
Banco do Brasil, Maicon Ferraz, que apresentou as opções de financiamento
Proger, ACC/ACE, Proex e BNDES Exim;, dos Correios, Francieli de Grandis, que
falou do Exporta Fácil – com limite de até US$ 50 mil por remessa; e das
seguradoras de crédito Coface e Euler Hermes. (Fonte: Abicalçados)
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