Ainda não foi desta vez que as exportações de calçados
decolaram. No mês passado os calçadistas
embarcaram 8,36 milhões de pares por US$ 71,65 milhões, registros inferiores
tanto em volume (-2,7%) quanto em faturamento (-4,9%) na relação com igual
período do ano passado. Com o resultado, no acumulado dos cinco meses do ano,
os calçadistas somam 48,63 milhões de pares exportados por US$ 367,48
milhões, números 1,7% superiores em
volume e 4,7% inferiores em receita no comparativo com igual período do ano passado
(47,8 milhões e US$ 385,44 milhões).
Para o presidente-executivo da Associação Brasileira das
Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, a oscilação cambial
provocada por questões políticas e econômicas internas tem provocado uma
desconfiança generalizada dos mercados e prejudicado a formação de preços para
o exterior. “Infelizmente, só poderemos colher os benefícios de um dólar
valorizado quando a situação política e econômica brasileira encontrar um rumo.
Do ponto de vista da formação de preço, é melhor um dólar menos valorizado do
que oscilando da forma que está”, ressalta o dirigente, acrescentando que as
incertezas da crise brasileira atrasaram a recuperação dos embarques num ano
que “tinha tudo para ser promissor”.
Apesar da queda no resultado geral, Klein comemora a
recuperação de mercados importantes para o calçado brasileiro. Nos cinco
primeiros meses de 2016, o maior comprador do produto verde-amarelo, os Estados
Unidos importaram 5,3 milhões de pares por US$ 80,3 milhões, números superiores
tanto em pares (20%) quanto em dólares (17%) na relação com igual período do
ano passado.
Com recuperação surpreendente desde a posse do presidente
Maurício Macri, a Argentina importou 2,8 milhões de pares por US$ 34,5 milhões
no período, registros 111% superiores em pares e 61,5% maiores em faturamento
em relação ao mesmo ínterim de 2015.
A França, no terceiro posto entre os importadores de
calçados brasileiros, comprou 4,48 milhões de pares por US$ 22,8 milhões no
período, 2% menos em pares e 4,2% menos em dólares na relação com o ano
passado.
Estados
O maior exportador de calçados do Brasil segue sendo o Rio
Grande do Sul. Nos cinco primeiros meses de 2016, os gaúchos embarcaram 10,6
milhões de pares por US$ 156,26 milhões, incrementos de 44,1% em pares e 11% em
dólares na comparação com igual período do ano passado. Com isso, os gaúchos
responderam por mais de 36% do total gerado com exportações de calçados no
período.
O segundo maior exportador é o Ceará. Nos cinco primeiros
meses do ano, os cearenses embarcaram 18,45 milhões de pares por US$ 97,76
milhões, resultados inferiores tanto em pares (-2,8%) quanto em valores (-2,1%)
em relação ao mesmo período de 2015.
São Paulo segue ocupando o terceiro posto entre os
exportadores. De janeiro a maio, os paulistas embarcaram 4,23 milhões de pares
que geraram US$ 45,48 milhões, números 7% superiores em pares e 18,3%
inferiores em dólares na relação com o ano passado.
Importações em queda
Desmotivadas pela valorização do dólar, que deixa o produto
importado mais caro no Brasil, as importações de calçados seguem caindo em
2016. Nos cinco meses do ano entraram no País 10,68 milhões de pares por US$
139,8 milhões, números inferiores tanto em volume (-34,5%) quanto em receita
(-39%) na relação com 2015. As principais origens das importações no período
foram Vietnã (4,2 milhões de pares por US$ 74,75 milhões, quedas de 35,2% e
37,6% respectivamente); Indonésia (1,66 milhão de pares por US$ 29,5 milhões,
quedas de 45% e 47,4%, respectivamente); e China (3,9 milhões de pares por US$
17,56 milhões, quedas de 7,5% e 30,5%, respectivamente).
Análise
Para analisar o ambiente para exportações de calçados, a
Abicalçados e entidades parceiras promovem nesta quarta-feira (8), no Hotel
Locanda, em Novo Hamburgo/RS, mais uma edição do evento Análise de Cenários.
Conduzido pelo economista e consultor Marcos Lélis, o evento pretende deixar o
cenário mais claro para os calçadistas que desejam se inserir ou aumentar suas
presenças no exterior. O evento inicia
às 18h30 e é exclusivo para associados da entidade e parceiros. (Fonte:
Abicalçados)
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