Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil |
O Ministério da Fazenda apresentou nesta quinta-feira (9)
aos representantes dos estados uma contraproposta que muda o período de carência
do pagamento das parcelas da dívida dos estados com a União. Com a
contraproposta, o prazo de carência das prestações cai de 24 meses para 18
meses, com descontos escalonados.
À saída do encontro, secretários de Fazenda disseram-se
insatisfeitos com a proposta da equipe econômica. Pela proposta, os estados não
pagariam nada no primeiro mês de carência, mas teriam o desconto reduzido em
5,55 pontos percentuais a cada mês. No 19º mês, eles voltariam a pagar o valor
integral das parcelas. A primeira proposta do governo previa um desconto de 40%
na parcela da dívida por 24 meses e custaria R$ 26 bilhões para a União.
Segundo a Fazenda, a nova proposta terá impacto estimado de
R$ 28 bilhões para o governo federal. A reunião ocorreu no Ministério da
Fazenda, em Brasília, com a nova secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula
Vescovi, Eduardo Guardia, que será nomeado para o cargo de secretário executivo
do Ministério da Fazenda na próxima semana, no lugar de Tarcísio Godoy, também
participou do encontro.
“Os estados queriam 24 meses com desconto de 100% da
prestação. Eles reescalonaram essa proposta em 18 meses, começando com desconto
de 100% e redução de [cerca de] 5 pontos percentuais até o 18º mês. O governo
federal também disse que não dará desconto das dívidas questionadas por ações
no Supremo Tribunal Federal (STF). Isso frustrou todos os estados obviamente”,
disse o secretário de Fazenda de Santa Catarina, Antonio Gavazzoni.
De acordo com o secretário, no conjunto da obra, “os estados
ficam satisfeitos com o posicionamento do Ministério da Fazenda e a franqueza
da equipe econômica”. No entanto, destacou Gavazzoni, as ações sobre a mudança
na cobrança de juros compostos para simples continuarão no Supremo. No fim de
abril, o STF deu 60 dias para que Estados e União cheguem a um entendimento
sobre a disputa judicial no tribunal sobre a cobrança de juros simples ou
compostos sobre esses débitos.
“O prazo de suspensão termina nos próximos 15 a 20 dias. Os
estados já começam a se articular para ir ao STF e defender seus argumentos e
se preparar para o julgamento de mérito. Antes disso, haverá uma reunião do
presidente da República com os governadores. Talvez isso possa sensibilizar o governo
federal a mudar a proposta”, disse Gavazzoni. (Fonte: Agência Brasil)
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