Mais do que negócios, a 48ª edição da Francal, feira
calçadista que reuniu cerca de 500 expositores no Anhembi, em São Paulo/SP,
entre os dias 26 e 29 de junho, teve como destaque o retorno da confiança por
parte dos empresários do segmento.
Para o presidente-executivo da Associação Brasileira das
Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, além da mostra ter superado
as expectativas de muitos empresários – embora não fossem das melhores, visto o
quadro econômico brasileiro, ela sinalizou o retorno da confiança do setor
calçadista brasileiro. Segundo ele, a Francal veio ratificar a mais recente
pesquisa da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), que apontou o melhor
índice de confiança por parte dos empresários desde novembro de 2014. “Acredito
que, mais importante do que os negócios realizados, que foram bons para boa
parte dos expositores, o aspecto mais relevante da feira foi a retomada do
clima de confiança”, destacou o executivo, ressaltando a percepção de que o
Brasil parece ter chegado ao fim de um ciclo de baixas e que deve retomar o
crescimento econômico gradualmente a partir do segundo semestre de 2016.
Mercado externo
Com a presença de mais de mil importadores de 60 países, a
Francal chamou a atenção pelos negócios realizados no mercado internacional.
Com a valorização do dólar sobre o real, embora o fator venha perdendo força, o
preço do produto brasileiro ficou mais atrativo para os compradores de fora do
País. “A notícia mais positiva que temos é a sinalização do Governo Federal de
que a equipe econômica está ciente da importância do equilíbrio entre câmbio e
Custo Brasil, ou seja, caso o real valorize será preciso uma compensação com a
diminuição do nosso custo de produção através de desoneração tributária e
melhorias logísticas”, comentou.
Privilégio gelado
As baixas temperaturas registradas no mês de junho, segundo
Abdala Jamil Abdala, presidente da Francal, alavancaram os negócios na feira
calçadista. Segundo ele, os expositores superaram as expectativas iniciais
tanto no mercado interno como no externo, que ajudado pela valorização do dólar
foi um dos grandes destaques dos quatro dias de evento. “Pelo que presenciamos
na feira, pela retomada da confiança, tenho convicção de que o segundo semestre
será muito melhor do que o primeiro para os calçadistas”, projetou Abdala.
Quando o assunto é mercado internacional, então o otimismo
fica ainda mais evidente. Para Abdala, se mesmo com o dólar subvalorizado o
Brasil conseguiu manter a exportação de calçados para mais de 150 países, agora
com a moeda norte-americana elevada a situação deve melhorar. “Embora tímidas,
as exportações de calçados já começaram a dar resposta ao dólar, crescendo
quase 2% nos cinco primeiros meses. Acredito que o segundo semestre será ainda
melhor, pois somos um país conhecido mundialmente pelas coleções de verão, as
que foram comercializadas na feira”, concluiu.
Avaliação
O Gestor de Negócios da Klin, Otávio Facholi, destacou que a
Francal foi mais uma feira de perspectivas do que de expectativas, embora
admita que o número de negócios realizados no evento foi superior ao projetado
inicialmente. “Precisamos parar de esperar e trabalhar. O momento é difícil,
mas a Klin sempre fez da crise a oportunidade”, disse. Segundo ele, a empresa
recebeu mais compradores do que o esperado, tanto do Brasil quanto do exterior,
de onde vieram representantes dos cinco continentes. Depois de comercializar
cerca de 11% da produção para o exterior em 2015, a Klin espera aumentar a
fatia para 17% em 2016.
Tempo
A marca de calçados masculinos de alto valor agregado, Toni
Salloum, também sai satisfeita da feira paulista. Segundo o gerente de
Exportações da empresa, Cícero Castro, foram abertos novos e importantes
clientes internacionais ao longo do evento. “Nesta feira, por estar menor do
que as edições anteriores, tivemos mais tempo de explicar os detalhes dos
nossos produtos para os compradores, o que ajudou nos negócios”, avaliou. Para
o segundo semestre, Castro é otimista, especialmente com relação aos negócios
internacionais. “Tradicionalmente, a segunda parte do ano é melhor para as
exportações do que o primeiro semestre. Países que haviam diminuído a demanda
por questões econômicas, como os Emirados Árabes, estão retornando”, ressaltou
o gerente, acrescentando que o papel dos embarques é fundamental para a empresa
que exporta 70% de sua produção.
Expectativa superada
As marcas de calçados femininos do grupo Jorge Bischoff -
Jorge Bischoff e Loucos&Santos - também saem satisfeitas da feira. Segundo
a coordenadora de Marketing da empresa, Liliane Silveira, a expectativa foi
superada, tanto no mercado interno como internacional.
A próxima Francal já tem data definida. Será entre os dias 2
e 5 de julho de 2017, desta vez no Expo Center Norte, também em São Paulo/SP.
(Fonte: Abicalçados)
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