A cadeia coureiro-calçadista brasileira recebeu hoje, dia 30
de junho, uma ferramenta inédita para o seu desenvolvimento. Trata-se do
primeiro planejamento estratégico do setor calçadista para os próximos 15 anos,
que foi apresentado pela Novociclo Empresarial, na unidade do Feevale Techpark
em Campo Bom.
A apresentação foi conduzida pelo coordenador do Projeto,
Rafael Aquino, que destacou que o setor tem muito potencial de crescimento.
“Avaliando os números dos preços médios praticados no comércio internacional,
percebemos que o nosso problema não é preço. Para cumprir o grande desafio, que
é desenvolver a cadeia no mercado doméstico e internacional, é preciso maior
sinergia e união entre autarquias, associações, centros tecnológicos,
universidades e empresas com vistas a atender às demandas do mercado atual em
termos de inovação, sustentabilidade e melhor aproveitamento dos recursos
disponíveis”, comentou.
Oportunidades
No documento foi listada uma série de oportunidades para o
desenvolvimento da cadeia, especialmente no mercado internacional. Hoje os
principais países consumidores de calçados estão na América (36%) e Ásia
(30,6%), sendo que os preços médios mais altos são praticados na Europa (US$
36,67 por par), e os mais baixos na Ásia e na Oceania (US$ 16 e US$ 15,54,
respectivamente).
Segmentação
O planejamento trouxe, ainda, um detalhamento de onde estão
as principais oportunidades por tipo de material utilizado no calçado. Na
América, Europa e Brasil a maior oportunidade é para calçados de couro,
enquanto os calçados com preços menores são os preferidos na Ásia e Oceania
(sandálias e chinelos). “Nesses países, devemos unir esforços com vista à
construção de uma imagem de marca Brasil”, destacou Aquino.
Desafios
O consultor ressaltou que a cadeia possui quase 100
iniciativas de desenvolvimento e que o principal desafio não é criar mais
projetos, mas avaliar aqueles que são mais efetivos e relevantes para que o
empresariado possa construir seu posicionamento estratégico.
Metas
O Planejamento Estratégico fechou com metas até 2033:
impactar 633 empresas com iniciativas; aumentar a produtividade por funcionário
em 7,5% nas empresas do complexo; aumentar as exportações entre 10% a 15% ao
ano; engajar 200 empresas de calçados, 200 de componentes, 50 de couros e 50 de
máquinas nas certificações de sustentabilidade; aumentar o engajamento das
empresas nas respostas ao PINTEC (pesquisa de inovação realizada pelo IBGE); e,
ainda, criar um escritório de projetos para a cadeia, com braço voltado para
gerenciamento de projetos por meio de um conselho consultivo de empresários.
Força
O analista de Comércio Exterior do MDIC, Ricardo Zanatta
Bortoli, responsável pela contratação e pelo acompanhamento do Planejamento
Estratégico, ressaltou que o trabalho irá aumentar a voz da cadeia junto ao
Governo Federal. “A união do segmento é muito importante e demonstra que o
setor tem uma base forte, o que pode ajudar na busca de novos pleitos”,
destacou.
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